ATA DA QUADRAGÉSIMA QUINTA SESSÃO ORDINÁRIA DA
SEGUNDA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUINTA LEGISLATURA, EM
24-5-2010.
Aos vinte e quatro dias do mês
de maio do ano de dois mil e dez, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do
Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e
quinze minutos, foi realizada a segunda chamada, respondida pelos vereadores
Bernardino Vendruscolo, Carlos Todeschini, Engenheiro Comassetto, Haroldo de
Souza, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, Juliana Brizola, Maria Celeste,
Mauro Pinheiro, Paulinho Rubem Berta, Pedro Ruas, Reginaldo Pujol e Sofia Cavedon.
Constatada a existência de quórum, o senhor Presidente declarou abertos os trabalhos.
Ainda, durante a Sessão, compareceram os vereadores Adeli Sell, Airto Ferronato,
Alceu Brasinha, Aldacir José Oliboni, Beto Moesch, DJ Cassiá, Dr. Raul, Dr.
Thiago Duarte, Elias Vidal, Fernanda Melchionna, Idenir Cecchim, João Bosco
Vaz, Luiz Braz, Mario Manfro, Maurício Dziedricki, Mauro Zacher, Nelcir Tessaro,
Nilo Santos, Paulo Marques, Sebastião Melo, Tarciso Flecha Negra, Toni Proença
e Waldir Canal. À MESA, foi encaminhado, pelo vereador Haroldo de Souza, o
Projeto de Lei do Legislativo nº 079/10 (Processo nº 1673/10). Também, foram
apregoados os Ofícios nos 511 e 494/10, do senhor
Prefeito, encaminhando, respectivamente, o Projeto de Lei do Executivo nº
014/10 (Processo nº 2040/10) e Veto Total ao Projeto de Lei do Legislativo nº
054/09 (Processo nº 1521/09). Do EXPEDIENTE, constaram: Ofícios s/nº e s/nº, da
Câmara dos Deputados; e Ofício nº 499/10, do senhor Roberto Maciel Zeni,
Gerente de Desenvolvimento Urbano da Caixa Econômica Federal. Após, o senhor
Presidente concedeu a palavra, em TRIBUNA POPULAR, à senhora Carmen Celinda
Munhoz Padilha e ao senhor Raul Frederico Giacobone, respectivamente Presidenta
e Tesoureiro-Geral do Sindicato dos Municipários de Porto Alegre – SIMPA –, que
apresentaram pauta de reivindicações da categoria dos municipários de Porto
Alegre. Também, nos termos do artigo 206 do Regimento, a vereadora Sofia
Cavedon e os vereadores Pedro Ruas, Airto Ferronato, Carlos Todeschini, este
pela oposição, João Antonio Dib, este em tempo da Bancada do PP e pelo Governo,
Reginaldo Pujol, Bernardino Vendruscolo e Toni Proença manifestaram-se acerca
do assunto tratado durante a Tribuna Popular. Às quatorze horas e cinquenta
minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às
quatorze horas e cinquenta e um minutos, constatada a existência de quórum. Em
prosseguimento, o senhor Presidente informou o cancelamento do comparecimento
do senhor Julio Alberto Olleta, Cônsul-Geral da República Argentina, agendado
para a presente Sessão. Em GRANDE EXPEDIENTE, pronunciaram-se o vereador Luiz
Braz e a vereadora Maria Celeste. Na ocasião,
foram apregoados os seguintes documentos, deferidos pelo senhor Presidente,
solicitando autorização para representar externamente este Legislativo:
Memorandos nos 039 e 040/10 (Processos nos 2010 e
2009/10, respectivamente), de autoria do vereador Beto Moesch, respectivamente
no dia sete de junho do corrente, na Semana Municipal do Meio Ambiente de Santa
Maria – Responsabilidade Social e Ambiental, no Município de Santa Maria –RS –,
e no dia vinte e oito de maio do corrente, na 49ª Conferência Distrital – 2010
– Construindo o Futuro através da Ética, no Município de São Lourenço do Sul –
RS –; e Requerimentos s/nº (Processo nº 2016/10), de autoria do vereador Mauro Pinheiro, nos
dias vinte e seis e vinte e sete de maio do corrente, na 40ª Convenção Regional
de Supermercados, no Município de Santa Maria; e s/nº (Processo nº 2027/10),
de autoria do vereador Waldir Canal, do dia vinte e seis ao dia vinte e oito de maio do
corrente, no I Seminário Nacional sobre Política e Administração do Imposto
sobre a Propriedade Imobiliária: Implementação de Reformas e Revisões de
Caráter Administrativo, no Município de Curitiba – PR. A
seguir, constatada a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA. Em
Discussão Geral, 2ª Sessão, esteve o Projeto de Emenda à Lei Orgânica nº 001/10
(Processo nº 0662/10), discutido pelo vereador Reginaldo Pujol. Em Discussão
Geral, 1ª Sessão, esteve o Projeto de Resolução nº 010/10 (Processo nº
1383/10). Em Discussão Geral e Votação, foi apreciado o Projeto de Lei do
Legislativo nº 120/06 (Processo nº 2993/06), após ser discutido pelos
vereadores Fernanda Melchionna, Carlos Todeschini, Adeli Sell, Maria Celeste,
João Antonio Dib, Dr. Raul, Idenir Cecchim, Toni Proença, Reginaldo Pujol,
Paulinho Rubem Berta, Aldacir
José Oliboni, Alceu Brasinha, Luiz Braz e Airto Ferronato. Durante
a apreciação do Projeto de Lei do Legislativo nº 120/06, o vereador Pedro Ruas
cedeu seu tempo de discussão ao vereador Carlos Todeschini. Foi
rejeitada a Emenda nº 01 aposta ao Projeto de Lei do Legislativo nº 120/06, por
seis votos SIM, treze votos NÃO e uma ABSTENÇÃO, em votação nominal solicitada
pelo vereador Reginaldo Pujol, tendo votado Sim os vereadores Adeli Sell, Airto
Ferronato, Fernanda Melchionna, Maria Celeste, Mauro Pinheiro e Pedro Ruas,
votado Não os vereadores Alceu Brasinha, Dr. Raul, Elias Vidal, Idenir Cecchim,
João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, Luiz Braz, Mario Manfro, Nilo Santos, Paulinho
Rubem Berta, Reginaldo Pujol, Tarciso Flecha Negra e Toni Proença e optado pela
Abstenção o vereador João Antonio Dib. Foi rejeitada a Emenda nº 02 aposta ao
Projeto de Lei do Legislativo nº 120/06, por oito votos SIM, quinze votos NÃO e
uma ABSTENÇÃO, em votação nominal solicitada pelo vereador Reginaldo
Pujol, tendo votado Sim os vereadores Adeli Sell, Airto Ferronato, Aldacir
José Oliboni, Fernanda Melchionna, João Bosco Vaz, Maria Celeste, Mauro
Pinheiro e Pedro Ruas, votado Não os vereadores Alceu Brasinha, Beto Moesch, DJ
Cassiá, Dr. Raul, Elias Vidal, Idenir Cecchim, João Carlos Nedel, Luiz Braz,
Mario Manfro, Nilo Santos, Paulinho Rubem Berta, Paulo Marques, Reginaldo
Pujol, Tarciso Flecha Negra e Toni Proença e optado pela Abstenção o vereador
João Antonio Dib. Foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº 120/06, por
quinze votos SIM, oito votos NÃO e uma ABSTENÇÃO, em votação nominal solicitada
pelo vereador Nelcir Tessaro, tendo votado Sim os vereadores Adeli Sell, Airto
Ferronato, Aldacir José Oliboni, Beto Moesch, Dr. Raul, Elias Vidal, Fernanda
Melchionna, Idenir Cecchim, Maria Celeste, Mauro Pinheiro, Paulinho Rubem
Berta, Paulo Marques, Pedro Ruas, Tarciso Flecha Negra e Toni Proença, votado
Não os vereadores Alceu Brasinha, DJ Cassiá, Haroldo de Souza, João Carlos
Nedel, Luiz Braz, Mario Manfro, Nilo Santos e Reginaldo Pujol e optado pela Abstenção
o vereador João Antonio Dib. Na oportunidade, por solicitação do vereador Aldacir José Oliboni, foi
efetuada a leitura das Emendas nos 01 e 02 apostas ao Projeto de Lei
do Legislativo nº 120/06, tendo-se manifestado a respeito o vereador Reginaldo
Pujol. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Executivo
nº 053/09 (Processo nº 5992/09). Em Discussão Geral e Votação, esteve o Projeto
de Lei do Legislativo nº 247/09 (Processo nº 5637/09), o qual teve sua
discussão adiada por duas Sessões, a Requerimento, aprovado, de autoria do
vereador João Antonio Dib. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto
de Lei do Legislativo nº 262/09 (Processo nº 6031/09), após ser discutido pelo
vereador Reginaldo Pujol. A seguir, foi aprovado Requerimento de autoria do
vereador Elias Vidal, solicitando a retirada de tramitação do Projeto de Lei do
Legislativo nº 307/05 (Processo nº 7006/05), tendo-se manifestado a respeito o
vereador Reginaldo Pujol. Em continuidade, o senhor Presidente declarou
encerrada a Ordem do Dia. Em COMUNICAÇÕES, pronunciaram-se os vereadores Alceu
Brasinha, Aldacir
José Oliboni e Bernardino Vendruscolo, este em tempo próprio e em
tempo cedido pelo vereador Beto Moesch. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER,
pronunciaram-se os vereadores Elias Vidal, Aldacir José Oliboni, João Antonio Dib, Dr.
Thiago Duarte, Aldacir
José Oliboni, este pela oposição, João Antonio Dib, este pelo
Governo, e Bernardino Vendruscolo. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram:
em 1ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nos 037 e 070/10 e o
Projeto de Resolução nº 013/10, discutido pelos vereadores Reginaldo Pujol, Dr.
Thiago Duarte e Bernardino Vendruscolo; em 2ª Sessão, o Projeto de Lei do
Executivo nº 013/10, discutido pelo vereador Toni Proença. Durante a Sessão,
foram registradas as seguintes presenças: de alunos e do Professor Gilberto
Kmohan, da Escola Municipal de Ensino Fundamental Jean Piaget, que comparecem à
Câmara Municipal de Porto Alegre para participar do Projeto de Educação
Política, desenvolvido pelo Memorial desta Casa; e do vereador Éderson Machado
dos Santos, da Câmara Municipal de Viamão – RS. Às dezoito horas e vinte e dois
minutos, nada mais havendo a tratar, o senhor Presidente declarou encerrados os
trabalhos, convocando os senhores vereadores para a Sessão Ordinária da próxima
quarta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos vereadores
Nelcir Tessaro, Mario Manfro, Mauro Pinheiro, Bernardino Vendruscolo e
Reginaldo Pujol e secretariados pelo vereador Bernardino Vendruscolo. Do que
eu, Bernardino Vendruscolo, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente
Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada por mim e pelo senhor
Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Passamos à
TRIBUNA
POPULAR
A Tribuna Popular de
hoje tratará de assunto relativo ao Sindicato dos Municipários de Porto Alegre
- Simpa. O tempo regimental de 10 minutos para a manifestação dos
representantes do Sindicato será dividido entre dois oradores: Srª Carmen
Celinda Munhoz Padilha, Presidente do Sindicato; e Sr. Raul Giacobone,
Tesoureiro do Sindicato.
A Srª Carmen Padilha
está com a palavra.
A SRA. CARMEN CELINDA MUNHOZ PADILHA: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, colegas aqui presentes; a nossa saudação
do Sindicato dos Municipários de Porto Alegre. Nós iniciamos agradecendo este
espaço, para que a voz dos municipários seja ouvida nesta Casa, que tem
acolhido sistematicamente as nossas causas e as nossas reivindicações.
Nós solicitamos esta
Tribuna por três motivos, e eu gostaria de expor dois deles: um problema de
segurança que o Sindicato vem sofrendo e a nossa campanha salarial deste ano. O
terceiro ponto é o Projeto de Reestruturação do DMAE, que será exposto pelo
nosso colega Raul Giacobone.
Eu inicio
trazendo esse problema que nós, do Sindicato dos Municipários, estamos
sofrendo. Nós assumimos em 2006, a partir de um amplo processo de mobilização
da categoria que retomou o Sindicato para as lutas e fez daquele momento um
momento de refundação do Simpa. E nós lembramos que esse processo de refundação
foi tutelado por esta Casa. Foi a partir de uma comissão tutora de três
Vereadores municipários - Verª Sofia Cavedon, Ver. João Antonio Dib e Ver. Elói
Guimarães - que nós realizamos as eleições e retomamos o Sindicato para as
lutas. Naquele momento, quando assumimos, paralelamente ao processo de
mobilização da categoria, a partir das suas reivindicações, nós também
assumimos um processo de reorganização do Sindicato. E, nesse processo, nós
constituímos uma sindicância, uma auditoria, melhor dizendo, porque nós
chegamos lá e vimos inúmeras irregularidades. Essa auditoria constatou um rombo
de quatro milhões de reais. A partir desse rombo, nós entramos com uma ação de
responsabilização dos antigos dirigentes, ação também respaldada pelo
Ministério Público. A coincidência é que, no momento em que essa ação se
desenrola, e que já há hoje a procura pelos dirigentes responsáveis por essa
situação, nós passamos a sofrer algumas ameaças lá no Simpa. Tentativa de
arrombamento, documentos, telefonemas, enfim, uma série desituações que a gente
resolveu tornar pública, porque nós queremos dizer que o processo de refundação
do Simpa não tem volta, é um processo que, para a categoria, é muito caro, e
nós não vamos abrir mão desse processo de refundação. E gostaríamos, sim, mais
uma vez, de contar com o apoio desta Casa. Por isso entregamos tanto ao
Presidente da Câmara de Vereadores como às representações de todas as Bancadas
um documento explicitando a situação que vivemos. Gostaríamos, então, de, nesta
tribuna, reafirmar o pedido de apoio: não permitam que fatos tão tristes para a
história dos municipários aconteçam de novo.
O nosso segundo ponto é a nossa
campanha salarial, que os senhores devem estar acompanhando. Nós aprovamos, em
nossa última assembleia, o reajuste de 5,26%, embora consideremos esse reajuste
ainda insuficiente. A nossa proposta de reivindicação era 20%: 17% das perdas
acumuladas desde o final da bimestralidade, com 3% de aumento real. Mas, desde
o primeiro momento, a categoria entendeu que deveríamos trabalhar de uma forma
mais aberta e flexível, e por isso lançamos a campanha “Nós Trabalhamos por
Porto Alegre, Somos Dez e Merecemos Dez”, e trabalhamos com a proposta de 10%
como reajuste emergencial, de forma imediata. Infelizmente, o que foi
apresentado foi apenas o índice da inflação do IPCA do ano passado. Nós
entendemos - e por isso a categoria segue mobilizada e está organizando, para
quarta-feira agora, um dia de paralisação - que a proposta deve avançar no
sentido de recuperar as perdas que nós acumulamos, principalmente aquelas que
são decorrentes do parcelamento do ano passado, pois, no ano passado, nós
tivemos o IPCA parcelado, e isso ocasionou uma perda de mais de dois por cento.
Nós sabemos – e temos dados - que a
Prefeitura, sim, tem condições de pagar uma parte pelo menos dessas perdas com
segurança.
Outro
aspecto da nossa campanha salarial que entendemos que devemos avançar é com
relação à proposta de assistência à saúde. Esta é quarta campanha salarial em
que defendemos a implantação do IAMPA. Este ano, os municipários, em assembleia
geral, decidiram flexibilizar a proposta, tendo a compreensão de que seria
muito difícil a efetivação do IAMPA, mas nós necessitamos de uma proposta, de
um plano de assistência à saúde não só aos municipários, mas às suas famílias.
E, nesse aspecto, a proposta apresentada pelo Executivo é insuficiente, pois
apenas apresenta um grupo de trabalho para fazer o debate. Ora, já estivemos,
durante um ano, debatendo essa questão, sabemos que a Prefeitura tem um estudo
a partir de uma consultoria, e consideramos que seria o momento de afunilar, de
a Prefeitura apresentar efetivamente a sua proposta de assistência à saúde para
a categoria. Nós compreendemos as dificuldades, mas reafirmamos que hoje uma
proposta que seria adequada para dar uma solução para a nossa campanha salarial
tem também que atender a esse item da nossa pauta. Então, é isso que
gostaríamos de trazer, para que os Srs. Vereadores acompanhem e possam
interferir nesse processo, ao lado da categoria, como sempre estiveram, e que
buscássemos uma solução para a nossa campanha.
Eu
passo a palavra agora para o Raul, para que ele exponha o terceiro ponto da
nossa vinda aqui, que é o Projeto de Reestruturação do DMAE.
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Convidamos a Srª Carmen
Celinda Munhoz Padilha a fazer parte da
Mesa.
O Sr.
Raul Giacobone, Tesoureiro do Simpa, está com a palavra.
O SR. RAUL GIACOBONE: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, colegas; o Simpa aproveita esta Tribuna
Popular para solicitar a esta Câmara que interfira no processo de discussão que
está sendo levado, parece-me que dentro da Câmara, por meio de um Projeto de
alteração da estrutura do DMAE, colocado pela gestão que lá se encontra. O que
estamos trazendo é a possibilidade de os colegas servidores públicos municipais
se apropriarem desse Projeto, coisa que até agora não aconteceu. Quem detém o
conhecimento desse Projeto são alguns CCs, são alguns colegas que vão ser beneficiados
por esse Projeto, e é a partir deles que a direção do DMAE tenta reproduzir a
sua proposta, através daqueles que vão ser beneficiados. Nós não estamos
trazendo nem a discussão de mérito aqui, o que queremos, o que todos nós
precisamos é conhecer o Projeto. Os Srs. Vereadores não podem votar, nem a
categoria não pode decidir, se não conhecem o Projeto. O que nós queremos é
acessar e discutir amplamente com todos os servidores, todos aqueles que vão
ser, de alguma forma, atingidos por esse Projeto. A sociedade está aqui
representada pelos senhores. Os trabalhadores que vão ser atingidos têm que
conseguir ter acesso a essa discussão, isso não pode ser feito numa sala
fechada, só com aqueles que vão ser beneficiados com esse Projeto, e passando
abaixo-assinado, por orientação da Direção, através daqueles que vão receber
polpudas FGs. Nós não somos contra, nós queremos discutir isso, queremos que
todos tenham acesso. Não adianta mandar claque aqui, o que
eu quero ver é o ponto de vocês batido, e não aqui fazendo claque com o Governo e com a Direção do
DMAE! Agora, isso é uma prática constante e comum nesta gestão do DMAE, como já
foi em relação ao Plano de Carreira, que já foi feito, já foram pagos 500 mil
reais para a Fundação Getúlio Vargas, e até agora não apareceu, ninguém
conhece, a não ser o colega ali que deve conhecer. Alguns conhecem, mas a
grande maioria que é atingida pelos planos não conhece.
Bom, agora, para a Câmara, eu não sei, acho que não
veio a proposta de alteração da estrutura. Isso tem que ser debatido. O que
veio foi parcelado, alteração de FG, que vai criar também diferenças entre dos
municipários. Um diretor do DMAE vai ganhar mais do que um diretor da SMOV, por
quê? Qual é a atribuição que tem um diretor do DMAE que não tem um diretor do
DEP ou um da SMOV? Por quê? Isso que nós queremos discutir, nós queremos
conhecer e fazer essa discussão dentro de um clima democrático, o que não está
existindo dentro do DMAE. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): A Verª Sofia Cavedon está com a palavra, nos termos
do art. 206 do Regimento.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente, prezada Carmen, Raul,
municipários aqui presentes, em nome da minha Bancada, a Bancada do Partido dos
Trabalhadores, quero dizer que nós temos o maior orgulho pela reorganização do
Sindicato, um Sindicato que agora, sim, funciona de forma democrática, que
investe em assembleias, em decisões coletivas, em diálogo e em mobilização e
que tem a capacidade de pautar os seus temas olhando o conjunto da Cidade.
Quero
também dizer que a nossa Bancada tem uma avaliação de que a categoria dos
municipários tem tido grandes perdas nos últimos seis anos. São perdas
estruturantes, porque não houve só o fim da lei da bimestralidade, que estava
suspensa, é verdade, mas, apesar de compromissos de retomada e diante do
percentual de segurança em relação à Lei de Responsabilidade Fiscal, essa lei
foi extinta por este Governo, agora em segundo mandato. Houve também perdas
fundamentais, como a absoluta terceirização de alguns setores e serviços
públicos e perda dos direitos dos trabalhadores, quando, no País inteiro, o
salário mínimo, exemplo disso, mesmo com a polêmica dos aposentados, está acima
da inflação - não sendo o suficiente ainda -, e os municipários estão amargando
parcelamento de salário, atraso de promoções, desrespeito em relação às pautas
históricas, sem diálogo, assédio moral junto aos municipários, falta de
democracia. Nós somos parceiros para que esta categoria seja respeitada e que
nenhum projeto de lei seja encaminhado a esta Casa sem que venha da discussão
dos municipários ... (Som cortado automaticamente por limitação de tempo.)
(Não
revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Pedro Ruas está com a palavra, nos
termos do art. 206 do Regimento.
O SR. PEDRO RUAS: Obrigado, Presidente, Ver. Mauro
Pinheiro. Meu caro Raul Giacobone, Presidente Carmen Padilha, membros da
Direção do Simpa, em meu nome e em nome da Verª Fernanda Melchionna, eu quero
apenas fazer o registro do nosso compromisso com a pauta trazida hoje por vocês
na Tribuna Popular. A refundação do Simpa passou a ser, para todos nós, desde
que aconteceu - e essa expressão é muito correta, muito boa, adequada -, um
compromisso de permanência, permanência do que foi criado, permanência da
superação que houve. Então, nesse sentido, contem sempre conosco, porque vocês
são, junto com outros companheiros e companheiras, protagonistas
importantíssimos e imprescindíveis dessa refundação.
Por
outro lado, com relação à campanha salarial, nós já demos demonstração de que
apoiamos não só a primeira reivindicação, mas toda e qualquer negociação que a
Direção fizer. Então, desse ponto de vista, também achamos que é uma luta
séria, importante e que merece o apoio de toda a Câmara, não só dos Vereadores
do PSOL, pois sabemos que são muitas as Bancadas que dão esse apoio.
Por
fim, quero dizer que este e qualquer embate tem mostrado que a categoria dos
municipários tem condições de enfrentamento, tem história desde a sua
refundação, tem compromissos que interessam à Cidade como um todo e, portanto,
tem e terá sempre o nosso apoio. Bem-vindos aqui na Câmara e contem conosco.
Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Airto Ferronato está com a palavra,
nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. AIRTO FERRONATO: Meu caro Presidente, ilustres Presidente
e Secretário do Simpa, representante dos nossos municipários, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores,
municipários que estão conosco na tarde de hoje, os temas aqui trazidos estão
sendo acompanhados por nós desde os primeiros movimentos desta Legislatura.
Quero registrar - e tive oportunidade de conversar e participar de reuniões em
que os senhores estavam presentes - um aspecto bastante interessante que é a
forma como a demanda está sendo trazida, que é o modo de buscar as conquistas
através de profundo diálogo. Isso nós já acompanhamos e, inclusive, ouvimos de
vocês. Aqui, três dos pontos trazidos, que são a reconstrução do Simpa, o nosso
percentual de reajuste e o próprio Projeto do DMAE, merecem, sim, uma atenção
toda especial. Eu acredito que seja fundamental ouvir a categoria dos
servidores públicos, porque nós, servidores públicos, precisamos e talvez até
tenhamos o dever de contribuir com propostas de reformas que se fazem nas
nossas instituições, até pelo histórico que temos de anos e anos de luta dentro
dessas nossas categorias de servidores. Por isso, trago aqui o nosso registro,
em meu nome e em nome do PSB, quero dizer que somos parceiros nessas lutas e
que é muito importante o diálogo entre o Executivo, o Legislativo, o nosso
próprio Sindicato e, por meio do Sindicato, especialmente os nossos servidores.
Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Carlos Todeschini está com a
palavra, nos termos do art. 206 do Regimento, pela oposição.
O SR. CARLOS TODESCHINI: Sr. Presidente, Ver. Mauro Pinheiro; Srª
Carmen Padilha, Presidente do Simpa; Diretor Raul Giacobone; quero saudá-los ao
trazer para esta Casa o debate necessário, porque a Cidade só vai bem, se os
servidores são respeitados no Município de Porto Alegre. E eles têm feito muito
para que a Cidade seja melhor. Infelizmente, não têm recebido a mesma
retribuição por parte do Governo. Quero fazer este registro, porque a retomada
do Simpa é um marco importante na cidade de Porto Alegre.
Como
ex-Diretor do DMAE, examinei o Projeto, estamos aprofundando o estudo, é um
projeto muito delicado esse que propõe a reestruturação do DMAE e precisa de um
amplo debate, de uma ampla discussão, porque, em princípio, à letra da lei, não
aparece muita coisa, mas, na justificativa, estão contidos elementos muito
preocupantes como, por exemplo, a terceirização, a privatização e o
estabelecimento de privilégios imensos para alguns dirigentes. Isso destoa,
distorce, e eu creio que venha em prejuízo do futuro da gestão do órgão.
Portanto, antes de qualquer decisão, é necessário um grande aprofundamento e um
grande debate por parte de todas as Bancadas desta Casa, para que se conheçam,
em profundidade, o teor e o sentido do Projeto que está em debate aqui nesta
Casa. Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. João Antonio Dib está com a
palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, minha cara Carmen Padilha,
meu caro Raul, eu, às vezes, digo brincando que eu não sou testemunha ocular da
história, eu sou parte da história. Então, eu tenho restrições quando sou
obrigado a ouvir, porque sou um dos que vêm sempre a todas as Sessões, ficando
do início ao fim. Eu me lembro de uma Tribuna Popular, em junho de 2003, em que
apresentei dados. Eu era o Presidente da Câmara, portanto, quis que a Câmara
levasse à frente, mas a Câmara entendeu por deixar por aquilo mesmo, e eu
mandei pagar o IGP-M por todo o tempo, e foi pago. Eu fui àquela tribuna,
provei que a Prefeitura Municipal tinha dinheiro para pagar o IGP-M, e não vi o
Partido dos Trabalhadores reclamar porque não tinha sido pago, mas agora eles
estão reclamando. Agora nós temos reposição salarial – eu estou falando pelo
meu Partido e não pelo Governo – de 5,26%, e a variação do IGP-M é de 2,88%.
Então, foi criado um índice que é melhor do que o IGP-M.
Por
outro lado, fico muito triste também – pois, para mim, só tem o certo e o
errado -, porque, ano passado, eu provei que houve um excesso de um decreto
sobre uma lei. Um decreto regulamenta uma lei, sim, mas não a altera, e o Simpa
aceitou, assim como também aceitou o abono para os operários que ganhavam menos
do que um salário mínimo, e eu espero que este ano não façam a mesma coisa. Mas
já vem vindo aí o Projeto dizendo a mesma coisa, é a complementação do salário.
Então, eu acho que não fica bem criticar, porque hoje vão pagar os 5,26% numa
só vez... (Som cortado automaticamente por limitação de tempo.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. João Antonio Dib está com a
palavra, nos termos do art. 206 do Regimento, pelo Governo.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Não vai ser parcelado o reajuste, 5,26%
é o que deu a variação do IPCA. Essa é a Lei que foi proposta e aprovada por
todos nós, ninguém foi contrário.
Por
outro lado, também fico preocupado com o meu amigo
Raul, que diz que não consegue ler o Projeto que está aqui que foi proposto
pelo DMAE. Não estou defendendo nem criticando, nem fazendo nada, mas o Simpa não
conseguiu uma cópia do Projeto de Lei do DMAE aqui na Casa do Povo de Porto
Alegre? Isso me deixa muito triste. Eu realmente fico preocupado, porque
ninguém escondeu o Projeto, ele está tramitando. É só acessar um computador
para conseguir uma cópia, mas, se não achar, vá até o gabinete de qualquer
Vereador, o meu ou de qualquer outro, e leva a cópia, estuda o Projeto, não tem
problema algum. Pode ir também à Comissão de Justiça, onde o Projeto já está
mais completo, com as alterações que vieram falando sobre os custos, etc., não
tem nada escondido. Está tudo claro. (Palmas.) Não estou defendendo nem
criticando o Projeto. Quando fui Prefeito, os servidores fizeram tanto o Plano
de Carreira quanto o Estatuto; os servidores fizeram, não foi o Prefeito, nem o
Secretário da Administração. Eu acho que o Projeto está à disposição do Simpa
sem qualquer problema, em qualquer gabinete de Vereador, ou na Comissão de
Justiça, se quiserem olhar o Projeto. Parece que amanhã vai haver uma reunião
nesse sentido. Acho que o problema da saúde deve ser cuidado, sim, e que se
encontre uma solução digna para todos os servidores e seus familiares. Eu,
quando Prefeito, tentei fazer isso, não consegui, porque os funcionários me
impediram, por incrível que pareça.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver.
Reginaldo Pujol está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, com
a objetividade que os dois minutos me permitem, quero dizer que a Tribuna
Popular nunca foi tão válida quanto neste momento. Ela é exatamente instituída
em nosso Regimento, para que seja a ferramenta pela qual a comunidade, nos seus
mais diferentes setores e segmentos, possa se manifestar. Eu acredito que a
Casa não precisa se justificar perante os municipários, porque não temos
faltado com os municipários. O fato de, eventualmente, discordarmos de alguma
forma pela qual as reivindicações são colocadas - e eu fui um dos que já
discordaram desse fato - não quer dizer que tenha faltado audiência e ouvido.
Tanto isso é verdadeiro que, amanhã, na Comissão de Constituição e Justiça,
inaugurando, inclusive, uma nova situação, até de certa forma extrapolando a
nossa competência regimental, por iniciativa do nosso Presidente Pedro Ruas,
estaremos reunidos com o Simpa, com as representações da categoria, que já foram
devidamente convidadas. E eu renovo o convite para estarmos amanhã, aqui, com a
Direção do DMAE estando presente.
Claro que, na Comissão de Justiça, nós estamos
discutindo os aspectos jurídicos da matéria. Isso não impede que se abra uma
brecha para que se inicie um debate o mais aprofundado possível. Estão
novamente convidados para estarem conosco, amanhã, discutindo esse assunto. E
sobre o Projeto, disponha, o meu gabinete está às suas ordens. Um abraço!
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra,
nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR.
BERNARDINO VENDRUSCOLO: Quero cumprimentar as lideranças do Sindicato e
dizer que a Bancada do PMDB está atenta e quer se somar. Queria dizer que
aquilo que nós comentamos lá na Presidência, quando fui designado, em uma
oportunidade, para receber os representantes do Sindicato, permanece em vigor.
E nós vamos trabalhar no sentido de buscar o entendimento e aquilo que o
Sindicato já perdeu há muito tempo e que precisa ser dito: a bimestralidade,
que o Governo anterior deixou de pagar. Então, a gente tem que cuidar para
fazer justiça e não dizer que o problema que aí está é deste Governo. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Toni Proença está com a palavra, nos termos
do art. 206 do Regimento.
O SR. TONI PROENÇA:
Sr. Presidente, Ver. Mauro Pinheiro; nossa Presidente do Simpa, Srª
Carmen Padilha; Sr. Raul, que usou a tribuna, eu queria dizer, em nome da
Bancada do PPS, em meu nome e no dos Vereadores Paulinho Rubem Berta e Elias
Vidal, que o Projeto sobre o qual o Raul se manifestou encontra-se na Comissão
de Constituição e Justiça. A Bancada do PPS refuta as suas colocações e vai
chamar o nosso companheiro Flávio Presser, Diretor do DMAE, para tirar a limpo
essas questões de pressão e outras colocações de Vossa Senhoria, porque não se
justificam, se forem verdadeiras.
De outra parte, a Bancada do PPS está atenta à
tramitação do Projeto e não vai deixar aprová-lo sem muita negociação e sem que
todos os servidores tenham acesso a ele. A forma a ser encontrada, a ser votada
e aprovada será a que for de interesse da Cidade e de interesse do
Departamento, tenham certeza disso.
Quero dizer à Carmen que estamos nessa luta pelo
Simpa, estamos também colocando a Bancada à disposição, para que encontremos a
melhor solução para essa luta justa que é a causa dos servidores de Porto
Alegre, para que a Cidade dê aos servidores a dignidade e a atenção que eles
merecem sem comprometer os cofres públicos. Parabéns pela luta. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Mauro Pinheiro): Encerrando esta Tribuna Popular, queremos agradecer
a presença do Simpa, nas pessoas da Srª Carmen Padilha, Presidenta; e do Sr.
Raul Giacobone, Tesoureiro. Quero dizer que esta Casa está sempre à disposição
não só do Simpa, como de todas as instituições, das categorias de classe e da
população de Porto Alegre, para mediar e buscar soluções para a nossa Cidade.
Muito obrigado pela presença.
Estão suspensos os trabalhos da presente Sessão.
(Suspendem-se os trabalhos às 14h50min.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro - às 14h51min): Estão reabertos os trabalhos.
Queremos registrar que hoje teríamos o
comparecimento, que foi suspenso, do Sr. Julio Olleta, Cônsul-Geral da
República Argentina, com o assunto Bicentenário da República Argentina.
Oportunamente, será marcada uma nova data.
Passamos ao
O Ver. Luiz Braz está com a palavra em Grande
Expediente.
O SR. LUIZ
BRAZ: Sr. Presidente, Ver. Mauro Pinheiro; Sras Vereadoras, Srs.
Vereadores, senhoras e senhores, eu fiz questão de não usar a tribuna antes,
para falar sobre o tema trazido aqui pelo Sindicato dos funcionários
municipais. Meu amigo Cecchim, eu não o fiz, porque tentava, inclusive, aceitar
uma negociação que me fazia a Verª Maria Celeste, que solicitava a inversão da
ocupação da tribuna, para que ela pudesse falar sobre o tema, já que tinha todo
um estudo a respeito do assunto. E eu concordei com ela, permiti que ela viesse
aqui. A Bancada do PT parece que não aceitou que houvesse essa troca, mas eu
não posso deixar de fazer só um reparo na vinda aqui do Sindicato,
aproveitando, inclusive, que a Presidente do Sindicato está presente.
Lá nas galerias, está um grupo de funcionários do
DMAE. Eles estão lá com o Projeto de Lei que já está tramitando aqui na Casa e
que está sendo apreciado, neste instante, pela Comissão de Constituição e
Justiça e que vai tramitar pelas outras Comissões da Casa. Eles me chamaram
para dizer que ficavam alarmados, quando as pessoas colocavam aqui para os
Vereadores, para a televisão, para o público em geral que eles não tinham
conhecimento da legislação. Eles disseram que este Projeto de Lei foi
amplamente discutido, foi assinado pelos membros do Sindicato.
Lá estão os representantes do DMAE que vieram aqui
e me chamaram só para isso, para dizer que todos, na verdade, tinham
conhecimento, assinaram e vêm a esta Casa dizer que não conhecem, que precisam
de tempo. Ora, meu Deus do céu! Sindicato não é para isso, não é para fingir,
não é para representar Partido político! Sindicato é para representar vontade
de funcionário público! O Sindicato representa funcionários! O Sindicato não
representa Partidos! (Palmas.) No momento em que o Sindicato está, na verdade,
querendo representar e ser a voz de um Partido ou de Partidos políticos
contrários ao Governo, aí a coisa não vai bem. É claro que a discussão fica
difícil, porque é uma discussão que deveria, Ver. Pedro Ruas, ser feita em cima
das necessidades do funcionário e daquilo que a Prefeitura tem à disposição
para poder realmente satisfazer essa vontade. Aquilo que deveria, meu querido
amigo Mario Manfro, ser discutido apenas nesses níveis acaba, na verdade, sendo
discutido de uma forma completamente diferente, porque aí entra o ingrediente
ideológico, aí a discussão é para atingir o Prefeito, é para influenciar nas
eleições. Ah, para com isso! Isso já está sendo feito há muito tempo, Ver. João
Bosco Vaz, há muitos anos! E por isso mesmo as discussões nesta Casa geralmente
se baseiam nesse tema ideológico, raramente são para abordar aquilo que é o
real dentro das discussões, os números que nós precisamos realmente abordar.
Geralmente não é assim! Geralmente, o sindicato que foi tomado por um
determinado Partido vem aqui para falar em nome do Partido. E aí não dá! E aí
não dá!
(Manifestações nas galerias.)
O SR. LUIZ
BRAZ: Estão lá os representantes do DMAE dando o Projeto para os membros do
Sindicato que assinaram o Projeto que veio para cá, e vêm aqui dizer que não
conhecem. Ah!
O Sr. Carlos
Todeschini: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Braz, agradeço
pelo aparte. Só para ajudá-lo, o senhor, que é sempre solícito e democrático:
eu lhe digo que li o Projeto, estudei, reli, estou buscando apoio dos técnicos.
O Projeto é muito delicado, porque, na justificativa, ele se baseia, explica,
se fundamenta em premissas que não são reais, que não existem, como, por
exemplo, a necessidade de adequação ao novo marco regulatório do saneamento.
Isso não serve e isso é o que está embasando a apresentação do Projeto.
Ademais, não é o Simpa que está falando aqui, é a
assembleia dos funcionários que contou com a presença de mais de três mil
municipários e que manifestou essa posição de cautela, de necessidade de
aprofundamento da discussão, porque o Projeto, pelo que eu deduzi até agora, pelo
conteúdo da justificativa, é muito complicado e pode comprometer, sim, o futuro
do DMAE, que é uma das melhores empresas de saneamento não só do Brasil, mas do
mundo. O Projeto tem como intenção beneficiar uma minoria, e são esses que
estão aqui fazendo manifestações.
Por último, as assinaturas usadas para justificar o
apoio foram tomadas em outras reuniões que não tinham nada a ver com o Projeto,
e estão sendo utilizadas indevidamente por parte da Direção do DMAE. Obrigado.
O SR. LUIZ
BRAZ: Ver. Todeschini, eu quero que V. Exª e os Vereadores da Casa olhem para
aquele grupo de funcionários do DMAE e vejam se lá existem algumas pessoas que
podem, realmente, estar enquadradas entre aquelas que V. Exª citou - pessoas
que querem levar vantagem por causa do Projeto que está aqui -, ou se o Projeto
que está tramitando aqui daria vantagem para aquele grupo de funcionários!
Vereadores, nós que estamos com o Projeto na
Comissão de Constituição e Justiça, nessa Comissão de que eu faço parte, em
primeiro lugar, vamos analisar apenas a constitucionalidade do Projeto, a
possibilidade de tramitação aqui na Casa. Eu pergunto, Ver. João Dib: o
Prefeito pode fazer um projeto de lei alterando o provimento de cargos, fazendo
qualquer tipo de transformação, para que determinada autarquia possa se dar
melhor? Ora, o Prefeito pode fazer tudo isso. Então, é claro que, lá na
Comissão de Constituição e Justiça, nós vamos aprovar, muito embora a Verª
Maria Celeste, numa tentativa lícita, correta, pediu vista do Projeto, que já
foi concedida, mas amanhã ele estará na Comissão para ser votado e vai ser
votado. Agora, o Projeto vai seguir e vai para as outras Comissões, onde nós
vamos analisar esses outros dados.
Mas vamos comparar, Ver. Paulinho Rubem Berta,
aquilo que nos trouxe aqui o Diretor do DMAE, que participou conosco de uma
reunião de Mesa e Lideranças, quando todos nós fomos esclarecidos, item por
item, sobre o Projeto que tramita aqui na Casa, com aquelas preocupações que o
Sindicato, através das manifestações que já fez aqui, traz para esta Casa.
Independentemente de estar ou não representando um Partido político, acho que é
obrigação nossa analisar tudo aquilo que é trazido a esta Casa, para ver se,
realmente, é verdade. Mas não é preciso nada daquilo que, de repente, alguns
querem: jogar o Projeto para as calendas gregas, fazer com que o Projeto não
seja apreciado, não seja votado. Isso não é justo e não é correto nem com o
Município, nem com os funcionários públicos. Temos que analisar isso
rapidamente e, é claro, com a maior correção possível, para que o Projeto seja
votado.
O Sr. Paulinho
Rubem Berta: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Quero agradecer pelo
aparte, Vereador, e esclarecer que o Projeto foi discutido, rediscutido,
aprovado lá nas discussões dos funcionários do DMAE. Mas eu gostaria de
solicitar ao Ver. Todeschini que apresentasse prova de que as assinaturas não
foram colhidas no momento certo, no momento oportuno, que foram assinaturas
desviadas para outros fins. Obrigado.
O Sr. Idenir
Cecchim: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Obrigado, Ver. Luiz
Braz, pelo aparte. Eu estou acompanhando o seu raciocínio e acompanhei muito
antes a exposição do Presidente Flávio Presser e de um grupo do DMAE que
explicava o Projeto. O Comitê Gestor, lá na Prefeitura, também debateu o
assunto, e há uma assessoria para melhorar, para modernizar a gestão, a
administração no DMAE. O Ver. Todeschini diz que está preocupado, teoricamente,
com a saúde financeira, com o futuro do DMAE. Com isso ele deveria se
preocupar, Ver. Luiz Braz, na época em que o DMAE fez mais asfalto em Porto
Alegre do que a própria SMOV, com o dinheiro do DMAE! Era essa a preocupação
que eu queria deixar registrada.
O SR. LUIZ
BRAZ: Está bem, Ver. Idenir Cecchim.
O Sr. Engenheiro
Comassetto: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Luiz Braz,
queria cumprimentá-lo e lembrar que, no debate com o Secretário do DMAE,
fizemos um questionamento sobre o que isso representaria de acréscimo
financeiro, porque não está explícito no Projeto. Ele ficou de nos enviar e,
até o momento, não recebemos, portanto, é uma informação que ainda falta no
Projeto. Obrigado.
O SR. LUIZ
BRAZ: Sim, Ver. Engenheiro Comassetto, essa é uma informação que nós
precisamos ter para votar, mas isso não significa que hoje não possa chegar
essa informação a esta Casa. Essa informação os Vereadores têm que receber, com
toda a certeza, para votar o Projeto com tudo o que for necessário. Mas isso
não significa que nós tenhamos que paralisar a tramitação do Projeto, que esse
Projeto não possa ser discutido com relação à oportunidade que tem para
tramitar nesta Casa, ou sobre a sua constitucionalidade, que é o que nós
estamos discutindo agora na Comissão de Constituição e Justiça. Tudo isso, com
toda a certeza, nós vamos discutir. O que não é correto na atitude do Sindicato
é que ele coloque um grupo contra o outro. Eu acho que o Sindicato tem
obrigação de representar todos os funcionários públicos, ele não pode
representar apenas uma parcela dos funcionários públicos. O funcionário que é
do seu Partido político, então, esse ele representa; o outro não representa.
Não, tem que ouvir todos os funcionários públicos! Aquele grupo que lá está é
um grupo que pertence, também, ao Sindicato e tem que ser representado por ele.
Quando o Sindicato vier aqui, tem que falar da vontade também daquele grupo ou
daqueles grupos que não concordam com a tese do Sindicato de que as pessoas não
conhecem o Projeto. Tanto conhecem que assinaram. E foi mostrada a assinatura de
todos aqueles que, conhecendo o Projeto, o assinaram, para que ele pudesse ser
enviado para esta Casa.
Assim sendo, Ver. João Bosco Vaz, meu querido amigo
Ver. Mario Manfro, que está presidindo os trabalhos neste instante, esta Casa,
é claro que com mais informações, com algumas informações a mais, não pode,
realmente, se negar a ouvir nenhum dos lados. Mas, com todas as informações,
nós vamos continuar analisando este Projeto de Lei, porque, afinal de contas,
essa é a nossa missão, essa é a nossa obrigação. E eu convido a todos para que
amanhã estejam lá na Comissão de Constituição e Justiça também, de alguma
forma, fazendo uma análise a mais deste Projeto, podendo fazer com que ele
tramite com segurança aqui nesta Casa. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mario Manfro): A Verª Maria Celeste está com a palavra em Grande
Expediente.
A SRA. MARIA
CELESTE: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, primeiro,
eu quero fazer um reparo, Ver. Luiz Braz. Eu, de fato, solicitei a inversão, se
a Mesa do Simpa ainda ficasse na composição, até porque o senhor disse que não
iria tratar desse tema, mas iria tratar genericamente de vários temas. E eu não
cheguei a conversar com o meu Líder, o Ver. Comassetto, sobre a anuência dessa troca,
então, na realidade, a Bancada não se posicionou, especialmente o Líder, porque
nós não tivemos tempo. Em seguida, eu conversei com Vossa Excelência, mas o
senhor foi chamado para falar em Grande Expediente. É necessário recompor aqui
as questões colocadas.
Mas eu quero retomar o debate não apenas do Projeto
do DMAE - e tenho a oportunidade de fazê-lo neste momento -, mas também sobre o
assunto que o Simpa traz aqui. Primeiro, sobre o Projeto do DMAE, é importante
esclarecer que, com todo o direito, como Vereadora desta Casa e, especialmente,
como participante da CCJ, eu posso e fiz o pedido de vista. Inclusive, houve
uma preocupação do Governo em saber se eu iria levar 24 ou 48 horas para
entregar o processo. Há Vereadores nesta Casa que “sentam em cima dos projetos”
com pedido de vista por até seis meses, e eu nunca vi essa preocupação ser
levantada na tribuna desta Casa como agora o foi. Mas faço, tenho essa
atribuição, e, como essa discussão estava conosco na CCJ, solicitei mais:
solicitei que a CCJ pudesse fazer uma reunião com a Direção do DMAE e com o
Sindicato dos Municipários, com a presença das duas representações, para que o
Diretor do DMAE expusesse, na íntegra, o conteúdo do Projeto. Fui informada de
que ele já esteve aqui, numa reunião de Mesa e Lideranças, portanto, já estavam
claras a deliberação e a proposta do Projeto. Como eu não participo, não sou
mais Líder da Bancada do PT, não estou na reunião de Mesa e Lideranças, mantive
a minha solicitação que foi prontamente atendida pelo Presidente da CCJ, Ver.
Pedro Ruas, para que amanhã nós pudéssemos escutar o DMAE, que traz a
proposição de dois Projetos e não apenas de um. Um deles trata da
reestruturação do DMAE, e o
outro trata das FGs especiais. Portanto, nós queremos ouvir o Sindicato, porque
ele representa a categoria. Inclusive, teve uma assembleia na semana passada, e
está aqui a sua pauta de deliberação. Nós queremos ouvir a todos. Os senhores
que estão aqui hoje conosco e que, certamente, tiveram seu ponto liberado para
estar aqui, nós teremos a grata satisfação de recebê-los amanhã, também, na
CCJ, para ouvir dos senhores o conteúdo real desse Projeto. Eu quero dizer
honestamente que, nas entrelinhas desse Projeto, nós temos muitas dúvidas e
esperamos que o Diretor do DMAE, amanhã, possa apresentar e responder a todos
os questionamentos que iremos fazer. Existem muitas dúvidas e, dentre elas, eu
quero saber se aqueles funcionários do DMAE que ganham o menor salário da
Prefeitura estarão sendo beneficiados com esse Projeto. Essa é a minha primeira
questão e a minha primeira dúvida.
A
segunda questão que quero colocar - e aproveito para mandar um recado para o
DMAE, já que temos aqui o seu assessor jurídico - é sobre a repercussão
financeira desse Projeto, que não está no seu conteúdo. Então, neste momento,
são essas as duas questões que precisamos avaliar melhor, porque é prática do
Governo Municipal mandar projetos para esta Casa - de reestruturações, de FGs
especiais, de benefícios àqueles que têm um benefício maior e um ganho maior - sem
se preocupar com a despesa, com a repercussão financeira e com o orçamento para
eles. Então, espero amanhã, na reunião do DMAE, que já tenhamos em nossas mãos
essa questão que foi colocada na primeira reunião nesta Casa, da qual
participou o Diretor.
O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
da oradora.) Nobre Verª Maria
Celeste, o custo financeiro dessa alteração está no processo, sim, porque eu o
recebi e encaminhei, para que fosse incluído no processo. (Palmas.)
A SRA. MARIA CELESTE: O senhor deve ter encaminhado, mas não
chegou ainda às nossas mãos, e eu solicitei vista do processo. Não é a primeira
vez que isso acontece aqui, Ver. João Antonio Dib, mas obrigada pela
informação. Vou verificar novamente, deve ter se perdido, em algum momento,
nesta Casa, e nós vamos localizar imediatamente, para que amanhã tenhamos essa
informação.
Mas
eu quero aqui retomar a questão fundamental que o Sindicato veio trazer nesta
tarde de hoje, que é a questão do reajuste emergencial de dez por cento aos
municipários. Nós temos recebido aqui, e o Ver. João Antonio Dib é cuidadoso e sabe do
que eu falo também, os valores que são colocados nos balanços da Prefeitura e
são disponibilizados. E entre esses valores, Ver. João Antonio Dib, nós temos a
Receita de 2010, de janeiro a abril, segundo o Portal Transparência, que foi de
um bilhão, cento e vinte e três milhões de reais, um aumento de fato, nominal,
de dez por cento, cinco por cento acima do IPCA. A despesa total da Prefeitura foi de 914 milhões de reais,
liquidados. Há, portanto, conforme o Portal Transparência, 209 milhões em
caixa. A folha de pagamento de abril foi de 77 milhões de reais. Um reajuste de
dez por cento, que é o reajuste que os municipários pedem, teria, em 2010, uma
repercussão orçamentária de em torno de 70 milhões de reais, de maio a
dezembro, mais o 13º salário. Então, se hoje a Prefeitura tem um
comprometimento de 44% da Receita Corrente Líquida, com a folha de pessoal há
uma folga de dez por cento. Como a Receita deve superar os três bilhões de
reais – há uma perspectiva disso, anunciada, inclusive, pelo ex-Prefeito José
Fogaça -, seria necessário gastar 300 milhões de reais para atingir os 54%, que
é o limite prudencial da Lei de Responsabilidade Fiscal. Portanto, o aumento dos
municipários está, sim, dentro daquilo que é possível a Prefeitura, o Prefeito
pagar. Não há nenhum impedimento, nem legal nem orçamentário.
A Prefeitura tem dito que tem superavit. Nós questionamos esses dados. No Portal Transparência,
que começou a ser veiculado no final de fevereiro, os dados dizem que há
condições, está conforme o discurso do Prefeito. Portanto, se há condições de
pagar os dez por cento, por
que o Prefeito faz uma proposta de pagar apenas a metade disso, mesmo que seja
na integralidade? Porque o Prefeito anterior não pagou, o ano passado, na
integralidade, ele parcelou. E com aquele parcelamento do reajuste e aquele
massacre que foi feito, não liberando o ponto para os funcionários participarem
das assembleias do Simpa, constrangendo os funcionários de fazer o devido
debate, desmobilizando a categoria na busca do aumento salarial que sufocou os
municipários que tiveram que aceitar a proposta do Prefeito Fogaça, ele
conseguiu fazer um bom caixa. Isso tudo graças à iniciativa de constranger, de
desmobilizar uma categoria que vem enfrentando, ao longo dos anos,
corajosamente, resistentemente, o Executivo.
É
muito interessante, Ver. Luiz Braz, quando tem um sindicato atuante na Cidade,
ele é de um Partido, ele é de uma ideologia, é muito interessante esse
discurso! É muito interessante!
Eu
conheço a luta do Sindicato dos Municipários de Porto Alegre. Quando Presidenta
desta Casa, muitas vezes bateram a esta porta, pedindo socorro para uma
negociação. Vinte dias de greve no Município de Porto Alegre significavam que
esta Direção apenas estava com o Partido A, B ou C sob a sua tutela? Ora, eu
acredito que não, Ver. Luiz Braz! Porque, senão, todos os municipários, os 27
mil funcionários públicos do Município seriam do mesmo Partido, de algumas
Lideranças da Direção. Não, claro que não!
Agora,
quando o Prefeito reconhece a luta sindical, quando, inclusive, libera o ponto,
para que os funcionários possam participar das assembleias, e, até mesmo,
quando vem defender um projeto nesta Casa, quando reconhece a democracia
necessária, há conscientização, há mobilização, há também vontade e
possibilidade de lutar por melhores salários, por melhores condições. É disso
que o Simpa faz a sua bandeira de luta e representa a todos, mesmo que, em
alguns momentos – mesmo que em alguns momentos! –, não seja o seu discurso o
que parte da categoria gostaria de ouvir.
Portanto, há divergência, sim, entre os
municipários. Hoje nós verificamos que alguns funcionários do DMAE vêm aqui,
legitimamente, defender o Projeto. Mas essa discussão deveria ter sido feita
anteriormente, com todos os funcionários do DMAE, com todos os municipários
envolvidos nesse Projeto. E a gente sabe que isso também não aconteceu.
Portanto, cabe a nós a responsabilidade de estarmos aqui atentos – e o faremos
– no dia a dia da tramitação desses Projetos. O Governo não manda na Câmara
Municipal, pode ter maioria, atuar com a maioria, mas, se não discutir com a
oposição, se não vier para esta Casa apresentar o Projeto para todos os
Vereadores e Vereadoras, goela abaixo nós não vamos levar. Não aceitamos!
Vocês conhecem a nossa posição, o Sindicato conhece
a nossa posição, o Prefeito Fogaça conhecia muito bem a nossa posição: esta
Casa tem que ser respeitada. Os tempos legais, o Regimento desta Casa, a Lei
Orgânica nós vamos cumprir, nem que, para isso, nós tenhamos que estar na CCJ,
Ver. Pedro Ruas, solicitando uma nova discussão, solicitando vista do Projeto.
Cabe-nos fazer essa discussão nesta Casa, e nós estamos abertos a fazê-la.
Amanhã nós gostaríamos, inclusive, de contar com a
presença dos funcionários que hoje estão aqui para discutir, na CCJ, o Projeto
da reestruturação do DMAE e das FGs especiais. Esses dois Projetos tramitam
nesta Casa e, nas entrelinhas da justificativa do Prefeito Fogaça - eles foram
encaminhados na sua gestão -, queremos entender, de fato, o que se quer com
essa reestruturação. E o que se quer é que se contemplem todos os funcionários
do DMAE e não apenas aqueles que já recebem pelos cargos de direção ou pelas
FGs especiais. Essa é a nossa disposição, e é dessa forma que nós queremos
trabalhar por todos os funcionários do Município de Porto Alegre e não apenas
por alguns privilegiados. Obrigada, Sr. Presidente.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Mario Manfro): Está encerrado o período de Grande Expediente.
Apregoo Requerimento, de autoria do Ver. Waldir
Canal, que solicita autorização para representar a Casa no I Seminário Nacional
sobre Política e Administração do Imposto sobre a Propriedade Imobiliária, nos
dias 27 e 28 de maio, na cidade de Curitiba/PR.
Apregoo Requerimento, de autoria do Ver. Mauro Pinheiro, que solicita autorização para representar a Casa na 40ª Convenção Regional de Supermercados, nos dias 26 e 27 de maio, na cidade de Santa Maria/RS.
Apregoo Memorando nº 039/10, de autoria do Ver.
Beto Moesch, que solicita autorização para representar a Casa na Semana do Meio
Ambiente de Santa Maria – Responsabilidade Social e Ambiental, no dia 7 de
junho, na cidade de Santa Maria/RS.
Apregoo Memorando nº 040/10, de autoria do Ver.
Beto Moesch, que solicita autorização para representar a Casa na 49ª
Conferência Distrital - 2010, Construindo o Futuro através da Ética, no dia 28
de maio, na cidade São Lourenço do Sul/RS.
Havendo
quórum, passamos à
DISCUSSÃO GERAL
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte)
2ª SESSÃO
PROC. Nº 0662/10 – PROJETO DE EMENDA À
LEI ORGÂNICA Nº 001/10, de autoria do Ver. João Antonio Dib, que altera os
§§ 1º e 2º do art. 91 da Lei Orgânica do Município de Porto Alegre, dispondo
sobre a substituição do Prefeito no caso de seu impedimento.
Pareceres:
-
da CCJ. Relator Ver. Pedro Ruas: pela inexistência de óbice de natureza
jurídica para a tramitação do Projeto;
-
da CEFOR. Relator Ver. Airto Ferronato: pela aprovação do Projeto;
-
da CUTHAB. Relator Ver. Elias Vidal: pela aprovação do Projeto.
Observações:
- discussão geral nos termos do art. 129 do
Regimento da CMPA;
- incluído na
Ordem do Dia em 17-05-10.
O SR.
PRESIDENTE (Mario Manfro): Em discussão o PELO nº 001/10. (Pausa.) O Ver.
Reginaldo Pujol está com a palavra para discutir o PELO nº 001/10.
O SR.
REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, trata-se de um
Projeto de Emenda à Lei Orgânica que tem a assinatura do Ver. João Antonio Dib,
o que, por si só, dá à matéria relevância. Mas eu diria que a matéria é mais
profunda ainda, porque ela procura normatizar, de uma forma clara, algo que vem
há mais tempo sendo objeto de ponderações - quando não de incriminações -
feitas pelo autor sobre a maneira pela qual ela foi tratada no passado.
Trata-se da correção de uma realidade hoje confusa e que, evidentemente, merece
ser devidamente cuidada por nós, especialmente porque sua decisão se dará,
necessária e obrigatoriamente, em duas votações em que ela precisará atingir
dois terços dos votos da Casa para merecer aprovação, isto é, vinte e quatro
votos. É evidente que, se fosse no dia de hoje, eu não deixaria ela ser votada,
dado o quórum baixo em que nós nos encontramos no presente momento, fato esse
que pode ser alterado posteriormente. Mas hoje, na Reunião das Lideranças, nós
concertamos que encaminharíamos a discussão deste Projeto de forma objetiva,
para que, na semana vindoura, ele pudesse estar aqui, provavelmente na
segunda-feira, para votação e não mais para discussão, que será encerrada no
dia de hoje.
Eu, pessoalmente, vou ficar aguardando algumas
respostas que até lá vão ocorrer, porque, conhecendo bem o autor, sei que, se
alguma modificação que não invalide o contexto vier a ser proposta, ele irá
acolher. Mas, em princípio, nós estamos enfrentando de forma clara e objetiva
uma matéria que há mais tempo o Ver. João Antonio Dib vem propondo o
enfrentamento, o que agora, então, nós vamos fazer definitivamente.
Todos sabem que eu sou avesso às protelações
indevidas aqui na Casa. Porém, no caso, deixar para votarmos, em primeiro
turno, na segunda-feira, restando mais dez dias para votar em segundo turno,
não se trata de nenhuma protelação, porque essa matéria já vem de mais tempo e
agora vai ser objetivamente enfrentada. E, com isso, estará virada a página de
discussão dessa realidade na Cidade, em que, de um lado, nós temos situações
não muito claras, de certa forma até confusas, com as quais não tem se
conformado o autor, que vem nessa pregação há um bom tempo. Agora, nós iremos
homenageá-lo, decidindo sobre essa matéria e o fazendo com a responsabilidade
da nossa condição de representantes de parte significativa da população da
Cidade, nós que compomos as onze representações partidárias com assento na
Casa. Haveremos de dar a melhor solução que o assunto está a merecer.
Pessoalmente, encontro-me extremamente inclinado a acompanhar o autor. Não
desconheço as discussões que há na Casa, buscando atenuar alguns dispositivos
ou adequar melhor alguns dispositivos contidos na proposta, proposta essa que
já mereceu emenda e que poderá, eventualmente, merecer outras tantas. Era isso,
Sr. Presidente, agradeço pela sua atenção.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mario Manfro): Encerrada a discussão.
A Diretoria Legislativa informa que, ao contrário
do que aparece na priorização, o Projeto de Resolução a ser discutido neste
instante é o de nº 010/10, e não o Projeto de Resolução nº 007/09.
DISCUSSÃO GERAL
(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com
aparte)
1ª SESSÃO
PROC.
Nº 1383/10 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 010/10, de autoria da Mesa Diretora, que
altera o inc. III do art. 218 e o § 1º do art. 227, inclui § 3º nesse artigo,
ambos da Resolução nº 1.178, de 16 de julho de 1992 – Regimento da Câmara
Municipal de Porto Alegre –, e alterações posteriores, dispondo sobre a
licença-gestante e sobre descontos do subsídio mensal do vereador, e revoga os
incs. V e VIII do art. 25 dessa Resolução, suprimindo atribuições do 1º
Secretário.
Parecer
Conjunto:
- da CCJ, CEFOR, CUTHAB, CEDECONDH e COSMAM. Relator-Geral Ver. Bernardino Vendruscolo: pela aprovação
do Projeto.
Observações:
- discussão geral nos
termos do art. 126 do Regimento da CMPA;
- incluído na Ordem do Dia
em 26-04-10;
- adiada a discussão por
duas Sessões.
O SR.
PRESIDENTE (Mario Manfro): Em discussão o PR nº 010/10. (Pausa.) Não há quem
queira discutir. Está encerrada a discussão.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
Nº 2993/06 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 120/06, de autoria do Ver. Adeli Sell, que torna
obrigatória, nos órgãos e unidades dos Poderes Executivo e Legislativo do
Município, a colocação de cartaz educativo referente à prática de assédio moral
e de desacato ao servidor público municipal. Com Emendas nos 01 e
02.
Pareceres:
- da CCJ. Relator Ver. Valdir
Caetano: pela existência de óbice de natureza jurídica para a tramitação
do Projeto; Relator Ver. Reginaldo Pujol:
pela existência de óbice de natureza jurídica para a tramitação das Emendas nos
01 e 02;
- da CEFOR. Relator Ver. João
Carlos Nedel: pela rejeição do Projeto e das Emendas nos 01 e
02;
- da CUTHAB. Relatora Verª Maristela
Maffei: pela aprovação do Projeto; Relator Ver. Alceu Brasinha: pela rejeição da Emenda nº 01; Relator Ver. Paulinho Rubem Berta: pela rejeição da
Emenda nº 02;
- da CEDECONDH. Relator Ver. Marcello
Chiodo: pela aprovação do Projeto e da Emenda nº 01; Relator Ver. Sebastião Melo: pela rejeição da
Emenda nº 02;
- da COSMAM. Relator Ver. Aldacir
José Oliboni: pela aprovação do Projeto e da Emenda nº 02, e pela
rejeição da Emenda nº 01.
Observação:
- incluído na Ordem do Dia
em 10-05-10.
O
SR. PRESIDENTE (Mario Manfro): Em discussão o PLL nº 120/06. (Pausa.) A Verª
Fernanda Melchionna está com a palavra para discutir o PLL nº 120/06.
A SRA.
FERNANDA MELCHIONNA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras
Vereadoras, prezado Edgar, da Associação dos Moradores do bairro Santa Rosa –
junto com a Rose -, pessoal da comunidade, estudantes que assistem à Sessão de
hoje, venho falar sobre a questão do assédio moral e a proposta do Ver. Adeli.
Primeiro, é um passo que nós temos que dar no sentido de explicar, fazer
campanhas educativas sobre como se configuram assédio moral e desacato ao
servidor público municipal. Isso é importante, é fundamental para constranger
as chefias, é fundamental para dar poder aos municipários para que tenham seus
direitos nas mãos e possam, portanto, denunciar as práticas de assédio moral.
Mas nós deveríamos, a partir dessa ideia, avançar.
Na iniciativa privada, se for comprovada a prática
de assédio moral, Ver. Pedro Ruas, advogado do trabalhador, que defendeu
centenas deles no nosso Estado, sabe que o trabalhador recebe uma multa
financeira por conta do assédio moral praticado pelo patrão, por duas razões.
Primeiro, para tentar ressarcir em valores o que, muitas vezes, não é
ressarcido: a dignidade, o respeito, porque muitas empresas têm práticas
humilhantes. Eu conheço uma história, Ver. Pedro Ruas, de uma empresa em que o
funcionário que fosse considerado o pior funcionário do mês era obrigado a usar
saia e a desfilar de tamanco na frente dos colegas, para ficar ouvindo “onda”,
ouvindo desaforo, sendo humilhado por conta de o empregador fazer uso desse ato
abusivo, violento e humilhante. Isso foi em uma empresa privada. E existe a
multa financeira, para que o empregador tenha prejuízo e, portanto, cesse
imediatamente a prática de assédio moral. É uma forma justa de ressarcir o
trabalhador e de punir aqueles que desrespeitam os nossos trabalhadores, as
nossas trabalhadoras. Por que, na questão municipal, é diferente? Por que não
se pode discutir, na Lei Orgânica do Município de Porto Alegre, práticas que
configurem assédio moral, para que haja ressarcimento e punição também em
dinheiro? Porque é muito fácil para os Governos “botar o funcionário na
geladeira”. Não concordou comigo, vai para o setor que não tem ninguém, parede
para tudo que é lado e, muitas vezes, o funcionário fica sem função, porque é
de outro pensamento ideológico, porque se organiza para fazer luta e
reivindicar os seus direitos, porque denuncia os desmandos dos empregadores.
Contei recentemente nesta tribuna o caso de um trabalhador do DMAE - Ver. João
Antonio Dib, que já esteve à frente do DMAE - que denunciou a terceirização e a
falta de equipamentos de proteção individual nos contratos terceirizados da
Prefeitura com as empresas que fazem as obras. E, ao denunciar, a empresa
denunciada ganhou um presente: um outro contrato milionário com a Prefeitura de
Porto Alegre. Eu cobrei do Presser, nesta tribuna, com ele presente, porque
nós, do PSOL, dizemos na cara. A nossa marca é a coragem, a coerência, e,
portanto, nós dissemos para o Presidente do DMAE. E o funcionário foi deslocado
de setor e ficou “na geladeira”, Ver. Pedro Ruas, o funcionário que denunciou a
falta de equipamentos de proteção individual que garantem ao trabalhador que
ele não se machuque, que ele não corra risco de vida, como nós estamos vendo em
muitas obras. E, lamentavelmente, o trabalhador foi o punido. Nós sabemos de
casos de trabalhadores que se envolveram nas lutas sindicais e foram chamados
pela chefia para ouvir sermão. Nós sabemos de gente transferida de horário de
trabalho, comprometendo suas vidas, por conta da sua coragem de exercer seu
direito, que é o direito da democracia, garantido na Constituição Federal, por
muitas décadas de luta dos trabalhadores brasileiros.
E não pode a Prefeitura não ser punida em caso de
assédio moral. Então, quero louvar o Projeto do Ver. Adeli Sell que caminha
nesse sentido, mas nós temos que pensar, sim, numa punição financeira para
aqueles que desrespeitam os nossos trabalhadores municipais. Muito obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE
(Mario Manfro): Antes de chamar o próximo inscrito, eu gostaria de
registrar a visita orientada da Escola Municipal de Ensino Fundamental Jean
Piaget. São 17 alunos que estão acompanhados pelo Professor Gilberto. Sejam
bem-vindos!
O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra para
discutir o PLL nº 120/06.
O SR. CARLOS
TODESCHINI: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, público que
nos acompanha pela Rádio Web e pela TVCâmara, público presente nas galerias,
venho também aqui saudar a apresentação desse Projeto que está na Ordem do Dia
de hoje, que é singelo, mas que também faz parte de um movimento de coerção ao
assédio moral, cuja prática é verificada em larga escala na Prefeitura
Municipal de Porto Alegre. Quando fui Presidente da COSMAM, fiz várias reuniões
e, no meu mandato de Vereador, também acompanhei vários casos graves e
gravíssimos de práticas de assédio moral a funcionários da Prefeitura.
Antes, porém, quero aqui fazer um registro, porque
quero lamentar a manifestação que o Ver. Cecchim fez anteriormente. Ele fez uma
manifestação e uma insinuação maldosa, desprovida de fundamento. As obras que
eu fazia, quando fui Diretor do DMAE, eu as entregava completas para a
comunidade. Fiz, sim, obras que levaram o asfalto como complemento. Lá na Vila
Farrapos, teve vinte e duas ruas para que a comunidade se reuniu no Orçamento
Participativo e pediu capeamento asfáltico. O DMAE, que fez a obra de água e
esgoto, complementou a obra com esse capeamento, porque a região, inclusive,
não pontuava no Orçamento Participativo, uma vez que tinha o maior índice de
pavimento de toda a Cidade. Então, Ver. Cecchim, não vale essa manifestação
feita, talvez, com desinformação por parte de V. Exª, mas pelo menos as obras
que eu coordenei, eu as entregava completas. Não adiantava entregar uma obra de
água ou esgoto, e o povo pisando na lama, no barro. Então, foi uma obra que nós
levamos completa: água, esgoto e capeamento, para aplacar a poeira e o barro
daquela comunidade, que se sentiu muito valorizada e respeitada, inclusive,
porque foi ela que decidiu no Orçamento Participativo. E, de mais a mais,
quando saí do DMAE, deixei 40 milhões de reais em caixa. Portanto, não foi isso
que abalou nem um pouquinho as finanças do Departamento, que, aliás, foi modelo
durante todo o tempo, foi referência nacional e internacional contra a
privatização dos serviços de água e saneamento. Foi o DMAE o principal mentor
da lei nacional do saneamento, em defesa da água e do saneamento público. E
enfrentamos muitas lutas por isso.
A Srª Fernanda
Melchionna: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Todeschini, eu
só queria corroborar, por conhecer a sua trajetória à frente da luta contra a
privatização da água em diversos fóruns dos quais V. Exª participou, como
quando estivemos juntos em Copenhague, na luta em defesa do meio ambiente, no
encontro com vários ativistas dessa área que participaram com processos
latino-americanos em defesa da água, e V. Exª era um parceiro dessa luta aqui
em Porto Alegre. Eu só queria registrar isso neste microfone, falando dessa
importante ferramenta que pode ser o DMAE na luta contra a terceirização e na
luta contra a privatização da água e do saneamento.
O SR. CARLOS
TODESCHINI: Obrigado, Verª Fernanda. Agradeço-lhe a gentileza da manifestação, mas
eu quero dizer que espero que essa seja a última manifestação, porque, muitas
vezes, manifestações aqui são feitas de forma maldosa, desprovidas de
fundamento e descoladas da realidade dos fatos.
O Sr. Idenir
Cecchim: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Obrigado, Ver.
Todeschini, só para lhe dizer que não foi de uma forma maldosa, não foi nada em
relação a sua conduta pessoal. O que nós dissemos e perguntamos foi se a
preocupação em dar mais gastos financeiros com pessoal era mais importante do
que os gastos que foram feitos com asfalto. Essa foi a colocação. Em momento
nenhum foi maldosa e pessoal. Só quero deixar claro isso. E, com dados, eu me
curvo, quando me derem os dados: “Olha, eu fiz isso, isso e isso.” É lógico, eu
disse que o DMAE fez mais asfalto do que a própria SMOV; se fez menos, vamos
dizer que fez menos, sem problema nenhum! Mas não foi nada da conduta pessoal,
muito menos, moral.
O SR. CARLOS
TODESCHINI: Para concluir, eu espero que este fato seja esclarecido e pacificado de
uma vez por todas, porque eu acho que, quando se trata de serviço público, de
obra pública, não interessa se é SMOV, DMAE, SMAM; é o Poder Público de Porto
Alegre que tem que bem atender a nossa comunidade. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mario Manfro): O Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir
o PLL nº 120/06.
O SR. ADELI
SELL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras; venho aqui
para fazer uma rápida defesa do meu Projeto de Lei que, como já foi dito pelo
meu colega Todeschini, é extremamente modesto, ele inicia, de fato, Verª
Fernanda Melchionna, um debate sobre a questão do assédio moral no serviço
público de Porto Alegre.
O Ver. Toni Proença, a Verª Maria Celeste e eu
estávamos iniciando uma conversa com o Ver. Pedro Ruas na qual me alertavam
para talvez fazer um debate na Cidade sobre essa questão, dada a dimensão do
assédio moral que, infelizmente, toma conta de muitos espaços de trabalho, seja
público ou privado. Temos visto verdadeiras humilhações de pessoas nos serviços
públicos e privados e achamos que isso tem que ser evidenciado, conforme
colocamos aqui, com a colocação de um cartaz contendo dizeres, para que se
chame atenção sobre o tema.
A outra coisa que também acontece - e é uma forma de
assédio moral grotesca - é quando uma pessoa se dirige ao balcão de trabalho, é
atendida e, se há problemas, não tem a compreensão de que ali existe um ser
humano que, muitas vezes, não tem o poder, não tem as condições de dar a
decisão sobre aquela demanda momentânea, mas, sim, um Secretário ou uma outra
pessoa. Nós não podemos achincalhar o servidor público no balcão, porque
simplesmente, naquele momento, ele não consegue dar uma solução a uma demanda,
a um problema. Muitas vezes sobre ele pesa, cinco minutos depois, um outro
assédio moral, só que agora por parte do seu chefe, do seu Secretário
momentâneo, daquela pessoa que, muitas vezes, não tem nada a ver com o serviço
público e está ali apenas porque o seu Partido o colocou como um Cargo de
Confiança.
O que nós queremos fazer é tornar obrigatória, nos
órgãos e unidades dos Poderes Públicos Municipais, do
Executivo e do Legislativo, a colocação de um cartaz educativo referente à
prática de assédio moral e de desacato ao servidor público municipal.
Infelizmente, nós
temos visto e ouvido, sistematicamente, pessoas dizerem que a maior moleza do
mundo é ser servidor público, que, enquanto o povo trabalha, o servidor público
descansa e não cumpre as suas funções. Se alguém tem essa apreciação, deve
cobrar diretamente com o nome, a função, falar com o seu chefe e comprovar.
Porque havia muitas pessoas - eu me lembro de quando eu era Secretário, Ver.
João Dib - que se dirigiam ao serviço público, principalmente na questão das
multas da SMIC, que eram muitas e, na sua grande maioria, com alguma exceção
talvez, necessárias e corretas, feitas dentro dos limites da lei por um
servidor, e o servidor era achincalhado, e, como eu digo aqui, ele não pode
sofrer desacato. Isso acontecia, principalmente, na área dos alvarás. Durante a
nossa gestão e, depois, seguida pelo nosso colega Ver. Cecchim, que está aqui,
nós modificamos profundamente o acesso ao alvará. Mas, mesmo assim, muitas
vezes a pessoa acha que pode colocar qualquer coisa em qualquer lugar na
Cidade, sem ter a devida condição.
Por isso eu quero
aqui fazer um apelo aos colegas Vereadores, para que possamos votar esse nosso
Projeto agora. Eu pensava em ter que utilizar um segundo tempo, o Ver. Dr. Raul
já tinha me cedido, mas, em princípio, fico neste único tempo. Se necessário,
depois, vou solicitar o tempo de um colega. Muito obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mario Manfro): A Verª Maria
Celeste está com a palavra para discutir o PLL nº 120/06.
A SRA. MARIA CELESTE: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores; o Projeto do Ver. Adeli Sell traz à tona
uma discussão de um assunto que, até meados de 2000, sequer se falava no
Brasil: assédio moral. Eu fui buscar, na justificativa do Projeto do
Ver. Adeli, que está muito embasada e fundamentada, a análise e o embasamento
dessa questão. Aqui, o Ver. Adeli lembra muito bem a Drª Margarida Barreto,
médica do trabalho, quando defendeu a sua dissertação de mestrado, fez uma
pesquisa no Brasil, que acredito ser a primeira delas, em que entrevistou duas
mil e setenta e três pessoas e, para nós, ela teve a constatação alarmante de
que 42% dos entrevistados já sofreu assédio moral em suas vidas. Esse foi o
primeiro trabalho oficial veiculado no Brasil que traz esta preocupação com a
quantificação. Fala-se em assédio moral, há um discurso sobre assédio moral nas
empresas, no Executivo, no Legislativo, mas, de fato, a quantificação e o que
isso significa na vida das pessoas, na vida funcional e na vida particular das
pessoas nós ainda não temos concretamente. O Ver. Adeli, neste Projeto, lembra
muito bem essa pesquisa, e o dado é alarmante: 42% dos entrevistados já sofreu
ou sofre assédio moral em sua vida. Mais do que isso, ele coloca quais são as
marcas prejudiciais do assédio moral na saúde do trabalhador. Temos, entre
elas, depressão, angústia, estresse, crises de competência, crises de choro,
mal-estar físico e mental, cansaço exagerado, insônia, alterações no sono,
diminuição da capacidade de concentração, de memorização, isolamento, tristeza,
sensação negativa em relação ao futuro e ao trabalho, mudança de personalidade,
reproduzindo condutas de violência moral, sentimentos de culpa, pensamento
suicida, uso do álcool, da droga e tentativa de suicídio. Vejam, essas são as
características basicamente constatadas em pessoas que sofrem pressão,
agressão, assédio moral no seu dia a dia. Obviamente que os médicos aqui do
nosso Plenário conhecem isso muito melhor do que eu, mas fiz questão de falar,
porque o Projeto está muito bem embasado pelo Ver. Adeli Sell, fiz questão de
resgatar o histórico e o significado desse assédio moral.
Mais do que isso, me preocupa, e eu colocava para o
Ver. Adeli, que o Projeto atinge apenas o Executivo e o Legislativo. Nós
sabemos, e a Verª Fernanda Melchionna colocou aqui com muita propriedade, que
empresas particulares têm, no seu cotidiano e no seu dia a dia, essa prática
tão agressiva, tão preocupante na sociedade atual na relação empregador e
trabalhador. Portanto, os dados estão aí, a nossa preocupação está correta e
está concreta através do Projeto, mas eu acredito que nós temos que ampliar.
Não podemos ficar com esse Projeto apenas no âmbito do Legislativo e do
Executivo. Penso que nós temos que fazer o debate com proposição, ou com uma
emenda, ou com a apresentação imediata de um novo Projeto, para que isso
alcance as empresas do Município de Porto Alegre, para que isso também chegue à
iniciativa privada com esclarecimento e com a devida campanha que é proposta,
porque o Projeto apenas propõe a informação, a campanha, a divulgação, para que
as pessoas possam e entendam que o abuso do chefe caracteriza um assédio moral
e, dessa forma, elas têm o direito de procurar os mecanismos para a contenção e
a mudança desse comportamento.
Portanto, eu acho que nós temos que ampliar e levar
essa discussão aos empresários da cidade de Porto Alegre, para que,
efetivamente, os funcionários possam conhecer, entender e, se necessário, tomar
as devidas medidas para que não ocorra mais, em suas vidas, o assédio moral no
seu trabalho, no seu dia a dia. Muito obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Mario Manfro): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para
discutir o PLL nº 120/06.
O SR. JOÃO
ANTONIO DIB: Ver. Mario Manfro, presidindo esta Sessão; Srs. Vereadores e Sras
Vereadoras, meus senhores e minhas senhoras, eu sou do tempo da Câmara
Municipal em que a Comissão de Justiça fazia duas afirmações: pela tramitação
ou pelo arquivamento. Esse era um tempo correto da Câmara. Hoje, por várias
vezes, a Comissão de Justiça diz que há óbice de ordem legal na tramitação
deste Projeto, mas ele continua tramitando. Várias vezes, a Comissão de
Finanças votou pela rejeição, e outras Comissões também votaram pela rejeição.
Ora, nós não podemos pensar que o simples cartaz que o tempo, de repente,
tornaria obscuro, já não apareceria mais, não se conseguiria ler fará com que
as pessoas tomem conhecimento da lei, porque, no Brasil, não é permitido alegar
o desconhecimento da lei. E, no caso do assédio moral, todos os sindicatos dos
trabalhadores – todos - estão muito alertas em relação a esse problema. Botar
um cartaz dizendo “Desacatar funcionário público no exercício da função ou em
razão dela - pena: detenção de seis meses a dois anos ou multa”... Aqui foi
esquecido de dizer que isso vai ter que ter julgamento, um juiz vai ter que
definir essa pena. Não vai acontecer nada!
Então, eu acho que nós estamos fazendo lei sem um
objetivo prático, sem que ela possa ser aplicada. Apenas vamos colocar um
cartaz, e todo o mundo já sabe que o assédio moral não é permitido, que o
desacato não é permitido! Qualquer cidadão na rua sabe que, se desacatar um
policial, ele vai preso; que, se desacatar um servidor público, ele também
pode, se o funcionário tiver autoridade, ir preso, e eu acho que não vai
resolver o problema que se pretende resolver. E é por isso que eu fico com a
Comissão de Justiça, que, todas as vezes que se pronunciou, disse que há óbices
pela tramitação. Eu também considero que há, e que não há necessidade deste
Projeto. Saúde e PAZ! Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mario Manfro): O Ver. Dr. Raul está com a palavra para discutir o
PLL nº 120/06.
O SR. DR.
RAUL: Sr. Presidente dos trabalhos, Ver. Mario Manfro; Vereadores, Vereadoras,
todos que nos assistem, eu vim me manifestar sobre essa matéria, porque tenho,
pela minha convicção de muitos anos trabalhando nas nossas Unidades Básicas de
Saúde - já são quase trinta, vamos dizer assim -, um contato muito direto com a
população, vendo como os funcionários que estão trabalhando nos postos de
saúde, nas Unidades Básicas, que têm um contato ainda mais direto do que o
médico, como, muitas vezes, são cobrados, são achincalhados, são ameaçados.
Isso acontece com frequência, infelizmente, porque o tamanho do nosso serviço
de Saúde não é o que todos nós gostaríamos. Ele vem avançando, vem sendo
ampliado, mas nós estamos ainda muito distantes daquele sistema de Saúde
público ideal que todos nós desejamos. A gente que convive nessas unidades tem
visto os mais variados casos de ameaça, fazendo com que, inclusive, sejam
fechadas Unidades de Saúde em função de questões de violência e, muitas vezes,
também, em função de questões vinculadas ao assédio moral.
Então, quero me somar àqueles que acham que o
Projeto é meritório. Acho que ele não pode solucionar, realmente, o problema,
mas pode sinalizar e deixar mais à vontade, pelo menos, aqueles funcionários
que estão no frente a frente, no dia a dia, no sentido do resguardo daquelas
ações de que muitas vezes são vítimas. Acho que ele tem o seu mérito.
Eu tenho um Projeto, que hoje já é lei, que também
faz com que tenham que ser afixados cartazes. Como é que funciona? É aquela Lei
que dá direito aos idosos e aos portadores de deficiência de agendar, nas
Unidades onde já são cadastrados, as suas consultas por telefone. Isso alguns
têm feito, outros não, ou seja, é uma Lei ainda com dificuldades, dentro da
máquina pública, de ser instalada. Alguns me ligam, outros passam e-mail dizendo: “Ah, que bom que já está
funcionando!” E outros, reclamando: “Ah, mas na Unidade tal ainda não está
operacionalizada.” Essa Lei também diz que esse direito tem que estar lá
afixado junto aos postos de saúde, na entrada, através de um cartaz, para que
haja, da parte da população, conhecimento do direito que ela passa a ter.
Sabemos das dificuldades de implantação, mas não podemos fazer com que a
informação não chegue até o cidadão.
Eu acho que o cartaz sinaliza para uma melhora da
sociedade, para que as pessoas saibam melhor dos seus direitos, tanto na parte
da Saúde, como nessa parte tão importante que é a do bom trabalho de evitar o
assédio moral, porque todos sabemos que o nível de depressão, de ansiedade de
que os funcionários públicos, muitas vezes, são vítimas é muito grande. Com
certeza, essa questão faz com que haja um agravamento nos seus problemas, que
haja um absenteísmo maior, que haja mais faltas ao serviço, que nossas perícias
estejam cada vez mais lotadas, e os nossos funcionários, muitas vezes, fora do
ambiente de trabalho em função de situações de problemas pessoais muitas vezes
gerados pelo próprio assédio moral, pelo próprio estresse do dia a dia, por
esse auxílio à comunidade que, muitas vezes, acaba tendo uma característica de
enfrentamento, porque não se consegue dar todas as respostas. E, muitas vezes,
a comunidade não aceita que tem que esperar um pouco mais, que não tem aquela
medicação, que tem que ir à outra farmácia buscar, que não tem naquele posto,
naquele momento.
Então, são as situações mais diversas a que a gente
está exposto no dia a dia, e acho que esse Projeto, de algum modo, contribui
para que o funcionário dos órgãos legislativos e executivos se sinta mais
tranquilo no seu trabalho diário e tenha sua qualidade de vida mais bem
preservada. Muito obrigado, acho que o caminho é esse. Saúde para todos!
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mario Manfro): O Ver. Idenir Cecchim está com a palavra para
discutir o PLL nº 120/06.
O SR. IDENIR
CECCHIM: Sr. Presidente, Ver. Mario Manfro; Sras Vereadoras, Srs.
Vereadores, assédio moral é um assunto muito discutido, muito subjetivo e que,
realmente, tem que ser bem analisado. Assédio moral pode ser interpretado de
muitas maneiras. Quando é de boa-fé, ele vem interpretado, provavelmente,
certo. Mas, muitas vezes, há o assédio moral de quem sente que é assédio moral
de má-fé. Esse assunto é importante, eu cumprimento o Ver. Adeli Sell por se
preocupar com esse assunto, mas, acompanhando a fala do Ver. João Dib, o nosso
decano, e vendo o óbice colocado pela nossa Comissão de Constituição e Justiça,
eu acho que nós temos que, realmente, ter alguns cuidados, porque assédio moral
se dá pelos dois lados: o cidadão, muitas vezes, é muito mal atendido pelo
funcionário público, mal atendido pelo outro lado.
(Manifestação no plenário.)
O SR. IDENIR
CECCHIM: Eu sei o conceito, sim, Sr. Assessor! O senhor, por favor, dirija-se ao
seu assessorado, quando for falar de algum assunto.
Eu estou falando que o assédio moral pode se dar
dos dois lados, sim. Quando o cidadão é mal atendido pelo funcionário público,
muitas vezes com desdém, isso também é assédio moral. Claro que nós temos que
proteger o servidor público quando ele precisa dizer “não”, muitas vezes, ele
precisa dizer que não dá, e o cidadão não sabe interpretar isso.
O Sr. Airto
Ferronato: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Pelo que eu estou
compreendendo, V. Exª faz um discurso falando sobre o assédio decorrente do mau
atendimento pelo funcionário público. V. Exª acredita que quem atende mal é só
funcionário público? V. Exª acredita que a iniciativa privada, prestadores de
serviços e outros atendem bem, ou é só um exemplo que V. Exª está dando?
O SR. IDENIR
CECCHIM: Muito obrigado, Ver. Ferronato. Seu aparte me dá a oportunidade de dizer
que, quando, na iniciativa privada, o funcionário atende mal, ele é posto para
rua - tem lei que o põe para a rua, imediatamente. Ele não tem o direito de
atender mal sendo pago por qualquer lado, seja pela iniciativa privada, seja
pelo setor público. Tem que ter regra para os dois lados. Só que, na empresa
privada, ou você demite o funcionário, ou o funcionário vai à Justiça do
Trabalho e reclama – com razão - quando ele sofre um assédio moral. No serviço
público, é a mesma coisa, serve para os dois lados: quando o cidadão é mal atendido
e quando o cidadão passa dos limites contra o servidor público.
Então, o cartaz deveria apenas especificar que isso
serve para os dois lados. Até votarei a favor, se fizermos esta ressalva: o
assédio moral é para os dois lados, para quem está de um lado do balcão e para
quem está do outro. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
(O Ver. Nelcir Tessaro assume a presidência dos
trabalhos.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Toni Proença está com a palavra para
discutir o PLL nº 120/06.
O SR. TONI
PROENÇA: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e
senhores, venho a esta tribuna manifestar a minha aprovação a essa bela
iniciativa do Ver. Adeli Sell, que, como ele mesmo diz, é um Projeto singelo,
mas que repõe o debate sobre assédio moral na cidade de Porto Alegre e, até com
uma certa pretensão, no Estado do Rio Grande do Sul.
Esse é um tema relativamente novo, disse a Verª
Maria Celeste, do ponto de vista do processo histórico, porque o comportamento
da sociedade muda à medida que ela avança, e é preciso que se tenha um processo
educativo para os novos comportamentos que a sociedade vem assumindo no
desenvolvimento da nossa Cidade, do nosso Estado e nosso País, que hoje vive um
bom momento. Nesse fim de semana, ouvi o Senador Paim dizer que o País
atravessa um momento bonito – achei interessante a frase – do ponto de vista do
desenvolvimento econômico, da afirmação da sua soberania e da inclusão e
integração das pessoas e das regiões. E as demandas causadas pelo desenvolvimento
são maiores do que as demandas causadas em um País com recessão e depressão,
essa é a verdade, são maiores e são outras, são novas. E uma cidade que educa é
uma cidade que protege o seu cidadão, que tem prevenção em relação aos novos
comportamentos. Inclusive, não está aqui o nosso Ver. Mauro Zacher, teve que se
ausentar, mas o assédio moral na iniciativa privada, segundo a nossa querida
Verª Fernanda, pode ser punido com uma multa pecuniária. Já, se isso for feito
no setor público, Ver. Raul, teremos que cobrar do chefe, e não do erário,
senão, estaremos socializando o castigo com toda população.
Voltando ao tema proposto pelo Ver. Adeli Sell, eu
sou favorável a esse tema, toda e qualquer ação educativa é benéfica para a
população, atualiza a sociedade diante do novo comportamento assumido por essa
própria sociedade, e essa é uma luta que todos nós devemos travar. E este
debate, Ver. Adeli Sell, proposto por V. Exª nesse Projeto singelo, como V. Exª
mesmo se referiu, inicia-se pelo setor público, mas nós deveríamos travar esse
debate para que, talvez, possamos levar essa lei para toda a sociedade, para
toda a Cidade. Nós temos assédio moral em todos os níveis das relações da
sociedade, infelizmente, e é preciso que essa sociedade saiba como se prevenir
e como buscar recompor a sua dignidade através da legislação existente.
Portanto, uma cidade que educa informa os seus
cidadãos, em todos os espaços possíveis, dos seus direitos e das suas
obrigações. Parabéns pelo Projeto, Ver. Adeli Sell.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra para
discutir o PLL nº 120/06, por cedência de tempo do Ver. Pedro Ruas.
O SR. CARLOS
TODESCHINI: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, nosso colega,
Ver. Pedro Ruas, agradeço-lhe, em especial, a cedência do tempo. Este é um tema
importante, é fundamental discuti-lo para a mudança de cultura, porque nós
estamos tratando de um assunto de nossa competência, que é regrar, legislar e
combater o assédio moral na Prefeitura de Porto Alegre. Mas essa é uma prática
que se estende a todos os setores da sociedade. Nós vimos, num episódio
recente, uma manifestação de assédio moral em relação ao nosso Assessor, que
falava comigo, pelo Vereador que estava na Tribuna. Ele falou um pouquinho alto
demais, talvez o Vereador tenha ouvido. Mas esse tipo de coisa não cabe, porque
é a opressão das chefias aos subordinados. E nós precisamos combater isso,
porque é parte, também, da cultura e precisamos de uma nova cultura. Por isso
que o Projeto do Ver. Adeli Sell, com toda a sua singeleza, tem que ser
elogiado. Nós precisamos combater, em todos os planos, em todas as trincheiras,
em todos os momentos essa prática cultural que é a prática da humilhação dos
outros. Porque isso causa mal-estar, depressão, doenças e leva, inclusive, as
pessoas ao suicídio. Há casos em que a opressão das chefias leva a danificar a
consciência, a machucar a alma, a prejudicar as pessoas. Por isso nós temos que
desenvolver uma cultura positiva de afirmação do respeito do ser humano. Quando
nós estamos em posição de chefia, nós não temos o direito de humilhar ninguém,
mas isso é prática da cultura, em que as pessoas que se encontram numa posição
inferior têm que se curvar, e se curvar, sobretudo, às ilegalidades que são as
humilhações. Portanto, combater o assédio moral é uma necessidade de fazer uma
luta numa trincheira de respeito profundo ao ser humano, de respeito às
hierarquias. Não se trata aqui de fazer a comparação que foi feita pelo Vereador
que me antecedeu, querendo dizer que a falta de um bom atendimento de um
funcionário representa assédio moral do funcionário ao usuário do serviço
público. Não! Isso tem outro nome: talvez, despreparo, talvez, falta de
orientação, falta de gestão e muitas outras coisas, como processos equivocados
no serviço público, processos tortos, que são comuns também. E eu quero dizer
aqui que isso não ocorre só na Prefeitura de Porto Alegre. É no Estado como um
todo que acontece isso e, muitas vezes, sem anuência dos principais líderes.
Mas isso se reproduz nos diversos níveis hierárquicos e com diversos chefes e
“chefetes” que causam muita dor e sofrimento. E isso, sim, precisa ser
combatido em todos os planos, em todos os patamares, em todos os níveis.
Eu venho fazer essa manifestação agora, novamente,
porque não se trata disso que foi posto aqui. Assédio moral tem outro conceito.
Precisamos debelar, eliminar de uma vez por todas as práticas de humilhação, de
opressão, de desrespeito aos colegas e, principalmente, aos subordinados
hierárquicos, que são os que mais sofrem com esse tipo de prática. E como nos
cabe aqui legislar sobre a Prefeitura de Porto Alegre, o Ver. Adeli Sell teve
uma feliz iniciativa que faz parte do movimento que tem que ser geral de
combate ao assédio moral. Então, parabéns, Ver. Adeli Sell, nós temos que
continuar com essa luta para que, numa longa caminhada, ela seja vitoriosa.
Obrigado pela atenção. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para
discutir o PLL nº 120/06.
O SR.
REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs.
Vereadores; o Ver. Carlos Todeschini, numa definição muito objetiva, disse que
a proposta é simples, é singela, e que isso a qualifica perante a Casa para
merecer aprovação. Realmente, eu acho que é simples a proposta. A proposta
manda o Executivo colocar cartazes em lugares predeterminados, com distância de
50 metros, enfim. É simples: manda colocar cartazes.
Entendeu a Procuradoria da Casa que esse gesto
simples de mandar o Executivo fazer alguma coisa, constituía-se, como, de fato,
se constitui, numa afronta ao art. 94 da Lei Orgânica do Município. E, a partir
daí, todos os Pareceres que ocorreram sobre essa matéria, na ordem jurídica, ficaram
nessa linha. A Comissão de Constituição e Justiça, mais de uma vez se
manifestou e sempre nessa linha de que havia uma afronta a um dispositivo
orgânico do Município.
Na sua simplicidade, diz o autor que devem ser
colocados cartazes nos órgãos municipais onde constem disposições do Código
Penal Brasileiro, se não me falha a memória. Eu questiono até se o fato de
estarem colocados esses cartazes vai reduzir ou vai fazer crescer o que é
chamado de assédio moral, que é uma situação que, quero dizer claramente, me
deixa confuso, porque eu li esses dias um panfleto, por assim dizer, da
Procuradoria do Trabalho definindo o que é assédio moral no trabalho, e vi, Sr.
Presidente, uma série de circunstâncias que me deixou absolutamente
transtornado. À medida que prevalecerem aquelas situações, o princípio da
hierarquia dentro da estrutura administrativa do Município ou de qualquer
empresa fica absolutamente comprometido. É lógico que eu não sou daquela regra
antiga que diz que “manda quem pode, obedece quem tem juízo”. Eu acho que tem
que haver regramento e têm que ser contidos os excessos. Quando se pensou em
legislar, excepcionando do poder de comando na empresa o assédio moral, isso é
frente a situações concretas, abusivas que, realmente, têm que ser condenadas e
não podem ser respeitadas. Mas não se pode agora transformar isso numa
banalidade.
De qualquer forma, Ver. João Antonio Dib, o fato de
hoje a Câmara vir a aprovar uma lei que manda o Executivo colocar cartazes pode
abrir o precedente para que amanhã se aprove uma mesma lei mandando o Executivo
retirar os cartazes. Esses ou outros quaisquer, porque quem pode o mais, pode o
menos. Nós estamos colocando pesos e medidas diversificadas. Hoje entende o
Ver. Adeli Sell - e tem um vasto apoiamento na Casa - que se deva determinar ao
Executivo que coloque determinados tipos de cartazes. Vieram outros
companheiros e fizeram várias outras colocações a respeito desses cartazes.
Amanhã, pode vir outra lei para retirá-los – esses e outros tantos!
Por isso, Sr. Presidente, sem exagerar, sem
recriminar o autor, que foca um assunto importante, quero dizer que, a meu
juízo, tem razão a Procuradoria da Casa, tem razão a Comissão de Constituição
de Justiça, e, por conseguinte, eu vou votar contrariamente a esta proposição.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Paulinho Rubem Berta está com a palavra
para discutir o PLL nº 120/06.
O SR. PAULINHO
RUBEM BERTA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, todos os
que nos assistem, eu quero parabenizar o Ver. Adeli Sell pela oportunidade que
nos dá, com este Projeto, de abrirmos um leque de discussões em cima,
principalmente, do atendimento e do respeito ao funcionário público, mas também
pela oportunidade de trabalharmos o respeito ao nosso cidadão, ao grande
consumidor que é a população.
Logicamente, nenhum de nós, em qualquer lugar do
nosso País, seria contra a existência de mecanismo que inibisse o assédio
moral, que inibisse que um servidor, trabalhando atrás do balcão, fosse ofendido
ou fosse assediado. Jamais! Quem seria contra isso? Ninguém!
Agora, o seu Projeto, Vereador, nos dá a
oportunidade de também questionar o outro lado da moeda. Quem garante o
direito, hoje, daquela pessoa que vai à Unidade de Saúde para ser atendida e, muitas
vezes, encontra funcionários - é uma minoria, é verdade - que agridem, que se
prevalecem do cargo que exercem e ofendem, principalmente, o cidadão que já vai
a um posto de saúde praticamente implorando atendimento? Dentro do Projeto, eu
encontrei o que diz o Vereador, que não deixa de ter suas razões, sua verdade:
“o assédio causa depressão, angústia, estresse, crise de competência, crise de
choro, mal-estar físico e mental, cansaço exagerado, falta de interesse pelo
trabalho, irritação constante, insônia, alteração no sono, pesadelos,
diminuição da capacidade de concentração e de memorização – mas vou para o
final -, uso de álcool e drogas, tentativa de suicídio. O assédio moral causa
perda do interesse pelo trabalho, do prazer de trabalhar, desestabiliza
emocionalmente, provocando não apenas o agravamento de moléstias já existentes
como também o surgimento de novas doenças. Diante da situação narrada, propomos
medidas educativas que visem a diminuir a prática de assédio moral.”
Acho que está certo, sim, está correto. Agora, nós
temos que fazer isso - e esta discussão vem a calhar, Ver. Ferronato - também
em defesa de quem mantém a Saúde neste País, de quem tem que atender! Imaginem
uma pessoa que, por um motivo ou outro, não conseguiu se afastar do seu
trabalho numa Unidade de Saúde, que está enfrentando tudo isso, porque já foi
assediada moralmente. Qual é o atendimento que essa pessoa, hoje, está dando ao
cidadão que vai lá? De que forma nós podemos ajudar a população também a ser
bem atendida? Imaginem uma pessoa que vai a um posto de saúde, já vai lá
“caindo pelas tabelas”. Precisa que também “seja vice-versa” este Projeto. E aí
eu quero me juntar ao Ver. Idenir Cecchim: eu acho que tem que “ser
vice-versa”. Também temos que criar mecanismos para defender o cidadão que,
muitas vezes, é deixado esperando por duas, três, quatro horas, porque a
funcionária ou funcionário - menos de 5% - foi trabalhar de mau humor e deixou
a população sem atendimento, muitas vezes ofendendo esse cidadão que já chega
lá porque não tem outra saída.
O Sr. Airto
Ferronato: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Quero
cumprimentá-lo pela lúcida manifestação e dizer que V. Exª tem razão.
O SR. PAULINHO
RUBEM BERTA: Eu agradeço pela sua manifestação. E quero dizer que este é um Projeto
que, para mim, por enquanto não está completo. Ele precisa também prever o
direito daquele que mantém. Eu quero deixar bem claro: conheço um bocado de
funcionários que atendem maravilhosamente e são a grande maioria. A grande
maioria! Às vezes, uma palavra de carinho de um funcionário para um doente que
vai lá vale como remédio para o dia dele e para a vida dele. Agora, aquele que
ofende tem que ser punido. Eu quero dizer que nós precisamos olhar os dois
lados: quem atende e quem é atendido, e isso tem que constar no Projeto. Muito
obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Aldacir José Oliboni está com a palavra para
discutir o PLL nº 120/06.
O SR. ALDACIR
JOSÉ OLIBONI: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, em 2003,
nós aprovamos uma lei, nesta Casa, que proíbe o assédio moral no funcionalismo
público. Esta Lei está em vigor. Eu me lembro muito bem, porque este Vereador
articulou com o Governo - na época, era Secretário da Educação o Eliezer
Pacheco -, e aprovamos a Lei. Hoje ela existe, é uma ferramenta em defesa do
trabalhador funcionário público. De lá para cá, existem mais de cem processos
de assédio moral no funcionalismo público em Porto Alegre. Esta lei é uma forma
de poder dizer para a sociedade que somos, sim, contra o assédio moral. E a lei
do Ver. Adeli Sell vem exatamente para divulgar publicamente que existe uma Lei
e que muitos dos nossos governantes, infelizmente, não obedecem a determinadas
normas ou leis estabelecidas e aprovadas nesta Casa. Inclusive, a Lei
Complementar é a de nº 498, de 19 de dezembro de 2003. E quem aqui não lembra o
quanto é importante isso, Ver. Luiz Braz? Uma pessoa que está em depressão, que
não produz o que sempre produziu, Ver. João Antonio Dib, porque foi tirada da
função que exercia por motivação política, e isso aconteceu muito de alguns
anos para cá. Por incrível que pareça, se algum funcionário público estivesse
usando a “estrelinha”, muitas vezes, lá no início do Governo Fogaça, nem na repartição
entrava! Isso não ocorre só em um Governo ou outro, e esta Lei veio para
proteger todos os trabalhadores funcionários públicos. Nós temos que
compreender que não é porque um Partido ou outro assume o poder que aquele
cidadão vai valer menos ou vai ter menor importância.
Todas as leis que surgirem para combater o assédio
moral nós temos que apoiar, porque isso pode acontecer com nós mesmos. E, às
vezes, nós vemos alguns gestores fazendo isso publicamente, principalmente na
iniciativa privada. Mas, infelizmente, esta lei não atinge a iniciativa
privada, é claro, teríamos que ter uma lei federal. Mas o caminho é esse, não é
só o funcionário público que tem que estar protegido, todos os trabalhadores
têm que estar protegidos, porque uma desvalorização, às vezes, precisa de
gravação, de testemunha, de denúncia ao Ministério Público, ao sindicato, com
provas, e assim por diante.
É preciso que as pessoas percebam que hoje o ser
humano produz mais, se ele for motivado. O ser humano, às vezes, desmotivado,
entra para - e quanto combatemos aqui a drogadição - o álcool, para o vício,
exatamente porque é desprezado, inclusive, no seu setor de trabalho.
Todas essas iniciativas, Ver. Adeli Sell, pelas
quais eu o parabenizo, vêm para demonstrar, claramente, para dentro, para o
órgão público, mas para fora também, que ali existe uma ferramenta de proteção
ao trabalhador. Nessa direção, quero parabenizá-lo por mais essa iniciativa e
dizer que é de extrema importância que todos nós condenemos isso. O assédio
moral destrói a vida das pessoas, o assédio moral destrói a família das
pessoas, o assédio moral é uma das piores doenças, eu diria, que pode haver,
porque acaba tirando a motivação do cidadão para produzir e, mais do que isso,
para ser uma pessoa feliz. Por isso parabenizo a iniciativa do colega Vereador,
e, se Deus quiser, será mais uma ferramenta para proteção do cidadão e da
cidadã.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Alceu Brasinha está com a palavra para
discutir o PLL nº 120/06.
O SR. ALCEU
BRASINHA: Sr. Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; Srs. Vereadores e Sras
Vereadoras, venho a esta tribuna, Ver. João Bosco Vaz, que está olhando o seu
celular, porque realmente assédio moral é um problema. Mas eu também vejo a
dificuldade, principalmente em departamentos públicos, para as pessoas serem
atendidas. Eu tenho uma dificuldade enorme, Ver. Elias Vidal, de votar
favoravelmente ao Projeto do querido Ver. Adeli Sell, porque eu acho que vai
ser mais um instrumento para aquele cidadão que não quer trabalhar, aquele que
atende mal aos senhores e às senhoras. Então, eu acho que não vou votar
favoravelmente ao Projeto, mas digo que esse Projeto deveria ser pensado
durante mais tempo, quem sabe levar a um debate mais forte, para ver se deve
ser aprovado. Quero dizer para os senhores que eu falei pouco, para ele ser
votado rapidamente. Eu votarei contra este Projeto, Ver. Adeli Sell.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para discutir o
PLL nº 120/06.
O SR. LUIZ
BRAZ: Sr. Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; Srs. Vereadores, Ver. Adeli Sell,
que é autor desta proposição, a Comissão de Constituição e Justiça, quando deu
seu Parecer, registrou um óbice jurídico para a tramitação do Projeto. Eu
colocaria a V. Exª uma preocupação que tenho com relação a este tema do assédio
moral. Acho que o assédio moral tem que ser coibido de todas as formas, só que
alguns funcionários ou algumas pessoas acabam tentando utilizar o tema assédio
moral para não fazer absolutamente nada. Qualquer pressão que o chefe for
tentar fazer para que o ele trabalhe mais, ele coloca que é assédio moral.
“Você é uma assistente social e precisa sair a campo para fazer levantamento do
problema social que nós vivemos aqui em Porto Alegre.” “Ah, não, o senhor não
pode me forçar, porque isso é assédio moral.” E as coisas funcionam assim no
serviço público. Eu acredito que, se nós dermos munição para que as pessoas não
façam seu trabalho, para que as pessoas se esquivem de trabalhar e para que
tudo seja escondido sob a capa do assédio moral, nós não estaremos dando uma
boa colaboração para que o funcionário público trabalhe como nós queremos que
ele trabalhe.
Eu acredito, Ver. Ferronato - sei que V. Exª se
inscreveu para vir aqui, e eu quero ouvi-lo -, que a própria legislação dá uma
certa garantia para que o funcionário permaneça no seu posto, ele só perde
aquele posto se for através de um processo bem fundamentado, só isso já o
coloca numa posição acima de todos os outros trabalhadores em nosso País. Numa
empresa, se o cidadão não trabalhar corretamente, se ele não estiver produzindo
para a empresa, no dia seguinte ele vai embora. No serviço público, se ele não
estiver produzindo o suficiente, ele vai continuar ali. E, se o chefe resolver
pressionar para que o cidadão trabalhe, ele vai dizer: “Isso é assédio moral.”
E aí, o chefe, para não ser processado, para não se incomodar, resolve não
fazer absolutamente nada. Eu estou vendo que isso acontece no serviço público
aqui no Município, no Estado, na União. A chefias, para não se incomodar, não
fazem absolutamente nada. “Eu vou lavar as mãos, afinal de contas, por que eu
vou entrar nesse baile?”
Ver. Adeli, meu amigo, uma pessoa que considero
muito, que já deu muitas colaborações para a legislação em nosso Município,
acho que, desta vez, com relação a esta legislação, muito embora eu pense que o
trabalhador tenha que ser protegido de muitas formas, mas, para não permitir
que esse trabalhador continue se esquivando sob esse rótulo do assédio moral
para, às vezes, não fazer o trabalho que deve ser feito, eu não vou votar
favorável ao Projeto. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Airto Ferronato está com a palavra para
discutir o PLL nº 120/06.
O SR. AIRTO
FERRONATO: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, eu
acompanhei a discussão deste Projeto desde o início, fiz dois pequenos apartes
e confesso que não estava com ideia de vir à tribuna falar sobre o assunto, até
porque me sinto bastante bem esclarecido sobre o tema. Eu tenho, sim, meu caro
Ver. Pujol, bastantes dúvidas sobre a capacidade de iniciativa desse tipo de
projeto, de se remeter uma ordem daqui para o Executivo. Então, confesso que
compreendo e sei que o Ver. Adeli Sell é um dos mais brilhantes Vereadores de
Porto Alegre, mas tenho algumas dúvidas sobre a iniciativa.
Agora, depois que o nosso estimado Ver. Luiz Braz
subiu à tribuna e fez a exposição que fez, eu confesso que me senti no dever de
estar aqui. O Vereador disse assim: “Bom, eu não vou trabalhar, o meu chefe não
vai me mandar trabalhar, porque ele, para não se incomodar, vai deixar como
está”. Ora, se o chefe é incompetente a ponto de não ter a suficiente
capacidade de comandar os seus servidores... Hoje não tem mais aquele chefe que
dá dois gritos, e qualquer trabalhador do setor público ou da iniciativa
privada vai atendê-lo. Chefiar é liderar pessoas, e chefe competente lidera,
não precisa mandar.
O Sr. Luiz
Braz: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Meu querido amigo
Ferronato, Vossa Excelência...
O SR. AIRTO
FERRONATO: Respeito bastante a posição de Vossa Excelência.
O Sr. Luiz
Braz: Gosto de fazer debate com V. Exª, até porque V. Exª é muito sincero nas
opiniões que emite. Mas eu pergunto: como é que são dadas, hoje, as chefias nos
setores? É por competência?
O SR. AIRTO
FERRONATO: Vou responder e quero responder já, de plano. O Brasil tem um pequeno
inconveniente que, a cada Governo que muda, meu caro Ver. Braz, muda
praticamente toda a estrutura. Temos países, por exemplo, a Alemanha, onde
mudam os governos, mas a estrutura administrativa continua a mesma por diversos
anos, e isso é positivo.
Outro aspecto que eu quero registrar também com
relação à manifestação do Ver. Luiz Braz é quando ele fala sobre a estabilidade
e diz que a posição do servidor público, por ter estabilidade, é a de um
trabalhador que estaria acima dos demais trabalhadores. Eu sou amplamente
favorável à iniciativa privada, bastante favorável, mas eu acredito que todos
nós, legisladores deste País, precisamos lutar pela estabilidade das pessoas
corretas, sérias e trabalhadoras no setor público e na iniciativa privada
também. Quem de nós, meu caro Ver. Cecchim, não recebeu em seu gabinete pessoas
com quarenta e cinco, cinquenta anos de idade que foram jogadas para escanteio
pela iniciativa privada, vão se aposentar aos 60 anos, e não tem mercado de
trabalho para essas pessoas? Então, eu acho que nós precisamos lutar por
dignidade do serviço - e concordo - com seriedade, no setor público e na
iniciativa privada também.
O Sr. Idenir
Cecchim: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Obrigado pelo
aparte. V. Exª colocou muito bem que, em países como a Alemanha, até mesmo nos
Estados Unidos, as coisas não mudam tanto, só as chefias, mudam-se as chefias,
o comando. Mas lá há responsabilidade por parte dos servidores públicos, que
não boicotam o Governo quando muda, eles sabem da sua responsabilidade. E nós
temos muitos servidores públicos que são assim aqui em Porto Alegre! Eu mesmo
tive a oportunidade, na SMIC, de ter servidores, de quadro, altamente
capacitados, que serviram, por exemplo, ao Ver. Adeli Sell, que foi Secretário,
e continuaram servindo na minha gestão e são de alta qualificação. E não precisou
de nenhum assédio para fazer isso.
E, quanto à iniciativa privada, V. Exª levanta
muito bem. A iniciativa privada achou uma maneira muito singular de premiar o
competente. E nós estamos vendo, cada vez mais, a iniciativa privada homenagear
servidores com dez, quinze, vinte, vinte e cinco ano de trabalho. Acho que isso
é um prêmio para quem é competente.
O SR. AIRTO
FERRONATO: Eu só acho que a iniciativa privada, caro Vereador, não pode descartar
servidor, empregado de quarenta e cinco, cinquenta, cinquenta e cinco anos.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Encerrada a discussão.
Emenda nº 01 ao PLL nº 120/06, com o seguinte teor
(Lê.): “§ 1º - O cartaz deverá conter os seguintes dizeres: ‘Desacatar
funcionário público no exercício de sua função ou em razão dela: Pena –
detenção de seis meses a dois anos, ou multa. (Art. 331 do Código Penal –
Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940)’ e Assédio Moral é prática
repreensível e contrária aos direitos humanos e à cidadania e traz dano à
personalidade, dignidade ou integridade física ou psíquica do trabalhador.”
Em votação nominal,
solicitada pelo Ver. Reginaldo Pujol e outros, a Emenda nº 01 ao PLL nº 120/06.
(Pausa.)
Salientamos aos Srs.
Vereadores que, aprovada a Emenda nº 01, fica prejudicada a Emenda nº 02 ao PLL
nº 120/06.
O SR. ALDACIR JOSÉ OLIBONI: Nobre
Presidente, eu sei que estamos em processo de votação, mas eu gostaria muito de
que fossem lidas as duas Emendas, porque eu acredito que a Emenda nº 02 está
mais completa.
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): É que, pela
ordem, nós temos que, primeiro, votar a Emenda nº 01. Se rejeitada a Emenda nº
01 ao PLL nº 120/06, poderá ser votada a Emenda nº 02. (Pausa.)
Em votação nominal,
solicitada pelo Ver. Reginaldo Pujol e outros, a Emenda nº 01 ao PLL nº 120/06.
(Pausa.) (Após a apuração nominal.) REJEITADA
por 06 votos SIM, 13 votos NÃO e 01 ABSTENÇÃO.
Emenda nº 02 ao PLL nº
120/06, com o seguinte teor (Lê.): “§ 1º - O cartaz
deverá conter os seguintes dizeres: ‘Desacatar funcionário público no exercício
de sua função ou em razão dela é crime com pena de detenção de seis meses a
dois anos ou multa (Código Penal – Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de
1940)’ e ‘O assédio moral é prática proibida na Administração Pública Municipal,
passível de punição através da destituição de função gratificada ou cargo em
comissão e, no caso de reincidência durante o período de cinco anos, de
demissão do serviço público municipal...’ ”
O SR.
REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, o senhor já concluiu a leitura?
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Não, eu iria ler o art. 2º ainda.
O SR.
REGINALDO PUJOL: Tem que
colocar tudo isso no cartaz?
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O cartaz vai ser simplificado. Com toda a certeza,
diminuirá de tamanho. (Lê.): “Art. 2º - Acrescenta o Art. 3º ao projeto,
renumerando-se os demais, com a seguinte redação: ‘Art. 3º - Os Poderes
Executivo e Legislativo, através dos seus portais na Internet e na Intranet,
deverão dispor de cartilha educativa abordando medidas de prevenção à prática
do assédio moral e ao desacato ao funcionário público. § Único - A cartilha
será elaborada por comissão formada por 3 (três) servidores efetivos do quadro
do Poder Executivo, indicados pelo Prefeito Municipal de Porto Alegre e 3 (três)
servidores efetivos do quadro do Poder Legislativo, indicados pela Mesa
Diretora da Câmara Municipal de Porto Alegre.”
Em votação nominal, solicitada pelo Ver. Reginaldo
Pujol e outros, a Emenda nº 02 ao PLL nº 120/06. (Pausa.) (Após a apuração
nominal.) REJEITADA por 15 votos NÃO, 08 votos SIM e 01 ABSTENÇÃO.
Aproveito para registrar a presença, em plenário,
do Vereador Dédo, de Viamão. Seja bem-vindo, Vereador!
Em votação nominal, solicitada por esta
Presidência, o PLL nº 120/06. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADO por 15 votos SIM, 08 votos NÃO e 01 ABSTENÇÃO.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem
aparte)
PROC.
Nº 5992/09 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 053/09, que declara de
utilidade pública a Organização Beneficente Vida Viva.
Pareceres:
- da CCJ. Relator
Ver. Luiz Braz: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a
tramitação do Projeto;
- da CEFOR. Relator
Ver. João Antonio Dib: pela aprovação do Projeto;
- da CECE. Relatora
Verª Fernanda Melchionna: pela aprovação do Projeto.
Observação:
- incluído na Ordem do Dia em 24-05-10.
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Em discussão o PLE nº 053/09. (Pausa.) Não há quem
queira discutir. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam
permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
Nº 5637/09 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 247/09, de autoria do
Ver. Ervino Besson, que denomina Rua João Luiz de Barcellos Pinheiro Machado o
logradouro público cadastrado conhecido como Rua 7017.
Pareceres:
- da CCJ. Relator
Ver. Luciano Marcantônio: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para
a tramitação do Projeto;
- da CUTHAB.
Relator Ver. Nilo Santos: pela aprovação do Projeto;
- da CECE. Relatora
Verª Sofia Cavedon: pela rejeição do Projeto.
Observação:
- incluído na Ordem do Dia em 24-05-10.
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Em discussão o PLL nº 247/09. (Pausa.)
O SR. JOÃO
ANTONIO DIB (Requerimento): Sr. Presidente, eu vou solicitar o adiamento da
discussão deste Projeto por duas Sessões, até porque o Ver. Ervino Besson não
se encontra mais presente, está numa Secretaria. Eu também acho que a pessoa
que foi escolhida para ser homenageada merece a homenagem, mas é que João Luiz
de Barcellos Pinheiro Machado fica muito difícil para um nome de rua. Então, eu
pediria duas Sessões de adiamento da discussão do Projeto, para que se pudesse
analisar o processo e, talvez, sintetizar um pouco esse nome e fazer a
homenagem que pretende o Ver. Ervino Besson.
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Em votação o Requerimento, de autoria do Ver. João
Antonio Dib, que solicita o adiamento, por duas Sessões, da discussão do PLL nº
247/09. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.)
APROVADO.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
Nº 6031/09 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 262/09, de autoria do
Ver. João Carlos Nedel, que denomina Rua Olívio Koliver o logradouro público
cadastrado conhecido como Rua 6322 – Loteamento Caminhos de Belém –, localizado
no Bairro Espírito Santo.
Pareceres:
- da CCJ. Relator
Ver. Reginaldo Pujol: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a
tramitação do Projeto;
- da CUTHAB.
Relator Ver. Alceu Brasinha: pela aprovação do Projeto;
- da CECE. Relator
Ver. Haroldo de Souza: pela rejeição do Projeto.
Observação:
- incluído na Ordem do Dia em 19-05-10.
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Em discussão o PLL nº 262/09. (Pausa.) O Ver.
Reginaldo Pujol está com a palavra para discutir o PLL nº 262/09.
O SR.
REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, eu olhei este Processo, examinei-o
detidamente, não tem óbice jurídico. A CUTHAB, pelo Ver. Brasinha, acha que
merece ser aprovado; mas nós temos aqui o parecer da Comissão de Educação,
Cultura, Esporte e Juventude, do Ver. Haroldo de Souza, pela rejeição do
Projeto. Há alguma razão específica para essa rejeição? (Pausa.) Então, eu
gostaria de um parecer do Ver. Haroldo de Souza, que, para mim, pesa muito.
O Sr. Haroldo
de Souza: Falta assinatura em abaixo-assinado, não tem abaixo-assinado, e eu
estou seguindo, rigorosamente, o Regimento da Casa.
O SR.
REGINALDO PUJOL: Excelência, então eu quero dizer que eu mantenho o
meu voto. No caso específico, não há exigência legal desse abaixo-assinado; ao
contrário, o Regimento não exige esse fato. Então, afirmo e reafirmo a minha
posição favorável ao Projeto.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Encerrada a discussão. Em votação o PLL nº 262/09. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO, com um voto contrário do Ver.
Haroldo de Souza.
Apregoamos o
Requerimento, de autoria do Ver. Elias Vidal, que solicita a retirada de
tramitação do PLL nº 317/05.
Está aprovada a retirada de Pauta do referido
Projeto.
O SR.
REGINALDO PUJOL: Presidente, eu quero esclarecer: não é retirada de
Pauta, é retirada de tramitação.
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Sim, o Projeto foi retirado de tramitação. O PLL nº
317/05, de autoria do Ver. Elias Vidal, será arquivado.
Encerrada a Ordem do Dia.
Passamos às
O Ver. Adeli Sell está com a palavra em Comunicações.
(Pausa.) Ausente. O Ver. Airto Ferronato está com a palavra em Comunicações.
(Pausa.) Desiste. O Ver. Alceu Brasinha está com a palavra em Comunicações.
O SR. ALCEU
BRASINHA: Sr. Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; Sras Vereadoras, Srs.
Vereadores, Ver. João Bosco Vaz, eu fiquei muito satisfeito em ver que o Ver.
Elias Vidal teve a grandeza de retirar o seu Projeto. Vendo que ia perder,
retirou! Então, eu quero dar os meus parabéns ao Ver. Elias Vidal, porque ele
teve um ato de grandeza; ele simplesmente retirou o Projeto, porque sabia que
não ia ser aprovado.
O Sr. Elias
Vidal: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Brasinha, V.
Exª é uma inspiração para mim, porque eu acho que essa discussão que a gente
tem feito, embora não seja completa, eu só retirei o Projeto, porque eu fiz um
pedido de uma audiência pública nesta Casa. Achei que era um direito que eu
tinha, porque, até ser votado, a esperança é a última que morre, e eu tinha
esperança de que, com uma audiência pública, a coisa pudesse mudar muito, e me
foi negado. Em me negando essa audiência pública, eu tenho o direito, porque eu
sabia que muitos dos senhores não iam apoiar, não iam votar um projeto que eu
acho que seria bom para a Cidade. Então, o que fiz? Ele baixou, e eu vou
continuar agora com as minhas audiências públicas, o que me foi negado, porque
estava para ser votado. Não estando mais em votação, eu posso pedir novamente
as audiências públicas. Então, me esperem que eu voltarei, não estou morto,
esse Projeto vai voltar, podem ter certeza!
O SR. ALCEU
BRASINHA: Ver. Elias Vidal, esse Projeto é ruim para a Cidade, é muito ruim, o
senhor sabe, nós temos o extraordinário ex-Secretário Idenir Cecchim, que
trabalhou muito sobre aquele Projeto meu que foi aprovado, e, certamente, nós
temos que contemplar maior horário e não o que V. Exª queria.
O Sr. Idenir
Cecchim: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Obrigado, Ver.
Brasinha. Eu fiquei feliz quando o Ver. Vidal disse que o senhor é uma
inspiração para ele. O senhor é inspiração para milhares de gremistas, quando
sai com o seu caminhão pela Cidade. Os colorados reclamam, mas os gremistas
gostam muito disso. Eu quero dizer que o Ver. Elias Vidal fez muito bem em
retirar o Projeto. É lógico que a Cidade não queria o horário de dez da noite,
um verdadeiro toque de recolher. E dizer ao Ver. Elias Vidal que,
democraticamente, ele pode lutar sempre pelos seus ideais e pelo que ele pensa,
e nós vamos continuar aqui, na nossa trincheira, defendendo a Cidade, liberando
a Cidade para trabalhar, viver e se divertir. Obrigado.
O SR. ALCEU
BRASINHA: Obrigado, Ver. Idenir Cecchim. Eu gosto de defender os pequenos, Ver.
Elias Vidal, e vou continuar defendendo, Ver. Haroldo de Souza, Ver. João Bosco
Vaz, porque eu tenho uma filosofia: os grandes não precisam de mim, mas os
pequenos precisam. Vou defender aquele cidadão que dá dois, três empregos. O
Ver. Paulo Marques ajudou a aprovar esse Projeto. Mas eu quero dizer o quanto é
brabo ser pequeno nesta Cidade. É difícil, é um horror! E aí aparecem essas
leis não para beneficiar, mas para perturbar, não querem que a Cidade ande.
Então, eu quero, Paulo Marques, lhe dizer que, certamente, o Elias Vidal teve
um grande momento ao pedir a retirada do seu Projeto.
Eu, como sempre venho defendendo os pequenos, fico
muito brabo com esses megaempreendimentos do Carrefour que estão acontecendo lá
na Zona Norte. Eles, realmente, vêm para terminar com tudo! Deixam o bairro
quebrado, não querem nem saber se aquele cidadão que dá dois, três empregos vai
precisar sair. Eles vêm, colocam o seu BIG, que é um forte, grande e
extraordinário mercado, e não pensam nos pequenos.
Então, eu tenho um pensamento: o Grupo Zaffari
sempre pensa na comunidade, no bairro, debate. Esses, sim, são empresários de
ótima qualidade, e gostaria de que o Zaffari abrisse mais hipermercados da
maneira como eles fazem, com um trabalho bom, sério e honesto. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Elias Vidal está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. ELIAS
VIDAL: Sr. Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; Srs. Vereadores, Sras
Vereadoras, público que nos assiste pela televisão e que está aqui nesta Casa,
quero dizer, Ver. Brasinha, que a retirada deste Projeto é uma retirada
estratégica. Numa guerra, quando se está perdendo, quando o inimigo é mau,
quando o inimigo está disposto a matar, quando o inimigo está a fim de degolar,
você sai da linha de frente! Quando teu inimigo quer te amputar a perna, quando
teu inimigo quer destruir a tua família, quando o teu inimigo quer tirar o sono
do teu lar, da tua casa, quando o teu inimigo não quer te deixar dormir para
poder trabalhar no dia seguinte, quando o teu inimigo não quer deixar teu filho
descansar para, no dia seguinte, estudar, fazer uma prova, ou o rapaz fazer
vestibular, então, tu tens que ser suficientemente inteligente para não dar a
cabeça para os bandidos! Eu sei que é brincadeira, mas a gente quer fazer uma
analogia, para tentar expor uma linha de pensamento.
Sei que você é um grande Vereador, e eu tenho um
carinho muito grande por você, Brasinha, mas não vou deixar de dizer que você
fez um grande mal para esta Cidade. E os demais Vereadores, que não apoiaram
este Projeto, fizeram um grande mal para as famílias que querem descansar, que
querem dormir na hora certa. Agora, Ver. Cecchim, por quem tenho grande
admiração - gostaria de que V. Exª me ouvisse, como este Vereador o ouviu,
preciso muito que me ouça -, V. Exª falou em toque de recolher. Não, não é
assim! O nosso Projeto é em área residencial. Bebida alcoólica, não; bagunça,
tambor, gritaria, falatório, briga, zoeira, urinar nas portas das casas, nas
grades de ferro, enferrujando o patrimônio público, não, em hipótese alguma!
Dez horas é toque de recolher, sim, é para dormir, é para descansar – toque de
recolher no bom sentido! E aquele indivíduo que quer continuar bebendo vai para
outras regiões, que são áreas miscigenadas, em que a lei permite! Então, não se
pode dizer que é toque de recolher às 22 horas, porque é uma fala fora de
contexto, para servir de pretexto, e sei que V. Exª não pode ter, pela pessoa
que é, essa linha de raciocínio, que aí é tentar desqualificar o Projeto,
dizendo: “Que cara doido! Às 22 horas fecha tudo!” E não é isso! Agora, casas
de entretenimento noturno em determinadas áreas, aí tudo bem, pode passar da
meia-noite. Mas esse tipo de coisa tem que fazer parte de um estudo, como do
Estudo de Viabilidade Urbana e do Estudo de Impacto Ambiental.
Eu voltarei com este Projeto! Se os senhores pensam
que me mataram, que me degolaram, não! Porque eu vou voltar com este Projeto!
Vou fazer as audiências públicas, e os senhores vão ver que este Vereador está
tentando fazer um bem para a Cidade. É uma questão de saúde, de sossego, de
bem-estar. Eu ainda vou voltar e perturbar quem pensa em virar a noite, porque
o direito de as pessoas dormirem e descansarem é sagrado. Você não pode tirar
aquilo que você não tem condições de devolver, e o sono é assim. Um abraço a
todos. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mario Manfro): O Ver.
Aldacir José Oliboni está com a palavra em Comunicações.
O SR. ALDACIR
JOSÉ OLIBONI: Nobre Presidente, Ver. Mario Manfro; saúdo os colegas Vereadores e
Vereadoras e o público que acompanha a Sessão no dia de hoje. O Governo Lula,
na sexta-feira, lançou um programa integrado para todo o Brasil de combate ao crack, um dos grandes malefícios da
humanidade, e o Brasil não fica fora disso. Nós, gaúchos e porto-alegrenses,
sabemos o quanto o Poder Público está distante dessa política de combate não só
ao tráfico, mas, mais precisamente, à droga, dentre elas o crack. É preciso que essa parceria entre o Governo Federal, o
Estadual e o Municipal esteja presente todos os dias, Ver. Dr. Raul, porque nós
percebemos que essa não é uma política de Partido, mas acima dos Partidos, é
uma política governamental. E o próprio Presidente disse que essa parceria tem
que ser rápida e que, para todos os Estados brasileiros, estaria
disponibilizando 400 milhões de reais e, para o Rio Grande do Sul, mais
precisamente do Ministério da Saúde, 90 milhões de reais. A ampliação dos Caps,
a ampliação dos convênios com as comunidades terapêuticas, a ampliação dos
leitos nos hospitais credenciados para tal é de extrema urgência, Ver. Dr. Raul,
até porque nós que atuamos na Comissão de Saúde presenciamos isso diariamente,
Ver. DJ Cassiá. V. Exª disse que, há poucos dias, batia na porta do seu
gabinete uma mãe cujo filho ela não conseguia internar. Por essa razão, muitas
outras mães acorrentaram seus próprios filhos. Então, é preciso que nós
tenhamos rapidez. E nós, como Vereadores, fiscais do serviço público, propomos,
sim, iniciativas, mas também temos que ajudar a fiscalizar.
O Sr. Dr.
Raul: V. Exª permite um aparte?
O SR. ALDACIR
JOSÉ OLIBONI: É nesse sentido, Ver. Dr. Raul, que lhe dou um aparte, para ouvir a sua
opinião.
O Sr. Dr. Raul: Ver. Oliboni, é importante que agora também se
reconheça o que já se fez aqui no Estado em relação ao combate ao crack, que foi um início muito importante, tanto através da iniciativa
privada, como do Governo do Estado, que tem se preocupado muito com essa
questão. Quero dizer que vem em boa hora essa nova forma de ver essa verdadeira
epidemia no nosso País, agora reconhecida pelo Governo Federal.
O SR. ALDACIR
JOSÉ OLIBONI: Obrigado, Ver. Dr. Raul. E quero também parabenizar os órgãos de
imprensa, que, por sua vez, todas as semanas, para não dizer todos os dias,
quando não falam sobre essa epidemia, falam de algum exemplo familiar que hoje
atinge as famílias no nosso dia a dia, Ver. Mario Manfro. Vossa Excelência, que
também é um profissional da área da Saúde, percebe claramente que nós não
podemos ficar apenas no discurso, mas precisamos ter políticas claras e
precisas.
Enquanto
Câmara, aprovamos, na semana passada, Ver. DJ, um projeto de lei que institui
um programa municipal que chama para dentro todas as entidades, sejam os órgãos
federais, municipais, bem como as entidades que militam nessa causa, como, por
exemplo, o Conselho Municipal de Entorpecentes. Então, pode até ser fácil para
nós criar políticas, mas, muitas vezes, para implementá-las - e o próprio
Executivo diz isso - é preciso ter recursos. Mas o Governo, agora, está
colocando recursos. O Executivo precisa ser criativo para, de fato, propor projetos
de lei, sejam eles para criação de Caps, para construção de Caps ou até mesmo
para compra de vagas de internação nas redes conveniadas, que nós sabemos que
existem muitas. Somente em Porto Alegre, há mais de 22 locais, entre clínicas e
hospitais, credenciados para esse fim.
Então,
é nesse aspecto, Ver. DJ, que nós fazemos aqui um apelo, em parceria com essas
iniciativas da população de uma forma geral.
O Sr. DJ Cassiá: V. Exª permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Parabéns, Ver. Oliboni, o senhor é um combatente
nessa causa. Quero aqui dar os parabéns ao Governo Lula pela sua atitude e
dizer que esse não é um problema isolado do Município, do Estado ou do Governo
Federal, é um problema de todos nós, da sociedade e dos Governos. Eu acho que agora,
após esse anúncio do Governo Federal, pode se avançar, Ver. Oliboni. Eu acho
que os Governos Municipal, Estadual e Federal, bem como a sociedade, juntos,
podem, sim, combater essa epidemia. Parabéns aos Governos Federal, Estadual e
Municipal, e parabéns ao senhor por trazer esse tema.
O SR. ALDACIR JOSÉ OLIBONI: Também o
parabenizo, Ver. DJ, e posso lhe dizer, Ver. Dr. Thiago, com segurança, que, se
em 2008 nós tínhamos trinta
mil consumidores de drogas, com o aumento do crack, hoje nós estamos
chegando a cem mil pessoas. E é preciso ter políticas importantes e rápidas.
Sr. Presidente, eu gostaria de continuar
o meu discurso, agora em tempo de Comunicação de Líder. (Pausa.)
O SR. PRESIDENTE (Mario Manfro): O Ver. Aldacir José Oliboni está com a
palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. ALDACIR JOSÉ OLIBONI: Nobre Presidente, Ver. João Antonio Dib,
vejam só o que diz pesquisa recente trazida pelos institutos. A nossa grande
companheira e pré-candidata à Presidência da República já chega a um patamar de
empate com o pré-candidato José Serra. E não é por acaso que nos orgulhamos
disso, Ver. Pujol. Se, por um lado, o próprio Lula tenta dizer aos cidadãos e
às cidadãs que é preciso continuar com o que está certo, a Dilma, Ministra e
pré-candidata, demonstra claramente para o público, de uma forma geral, que é
preciso continuar com aquilo que está dando certo. E nós queremos dizer que não
é por acaso, porque percebemos que governos que não continuam a política dos
que estavam dando certo perdem a sua popularidade e até os índices de aceitação
junto à população.
Este
é o caso específico do ex-Prefeito José Fogaça. José Fogaça, quando se
candidatou à Prefeitura de Porto Alegre, dizia que era preciso manter o que
estava bom e mudar o que era necessário, mas, infelizmente, não conseguiu
implementar a sua política. Se olharmos para o Orçamento Participativo, por
exemplo, vamos verificar que o número de participantes caiu significativamente,
e o número de obras executadas também não se deu na proporção das que foram
aprovadas. Portanto, José Fogaça, naquela época, possivelmente diria que era
preciso manter o Orçamento Participativo, que estava bom, mas, infelizmente,
não conseguiu implementar a política do Orçamento Participativo.
José
Fogaça disse que era preciso mudar a forma de marcar uma consulta na Unidade de
Saúde, o que, naquela época, levava de seis meses a um ano. Continua da mesma
forma, daí para pior. O Governo Fogaça não conseguiu implementar uma política
de mudança e por isso sofre agora a rejeição da população, do que nós,
Vereadores e Vereadoras, somos testemunhas, sem falar nos escândalos que
aconteceram na Saúde e em outras Secretarias deste Município. Tomo a liberdade
de falar, porque isso foi público, saiu na imprensa, não estamos falando nada que
a população não conheça, mas a população está cansada de ser enganada. Um
exemplo muito claro – digo a verdade aqui – foi quando o Prefeito José Fogaça
disse - e está gravado - que não ia renunciar e renunciou, também demonstra a
falta de credibilidade nos políticos. É por isso que somos atacados quando
saímos na rua e, muitas vezes, até desprestigiados, por causa de alguns. É por
essa razão que temos que condenar a falta de fidelidade, a falta de compreensão
e de solidariedade àquele cidadão que está ali do outro lado da telinha e que
espera que os governantes cumpram o que dizem. E, na verdade, muitas vezes não
cumprem o que dizem. Essa é a verdade que se reproduz na notícia do dia a dia.
Nós,
Ver. João Dib, que somos fiéis e que lutamos por aquilo que chamamos de ampliar
e fiscalizar os serviços públicos, muitas vezes até implementamos algumas leis,
mas, às vezes, nem as próprias leis que aprovamos o Executivo acaba cumprindo.
Posso falar, por exemplo, do Portal Transparência Porto Alegre, que foi uma lei
de minha autoria aprovada aqui neste Plenário. Mas, se entrarmos no site do Portal Transparência Porto
Alegre, ele está completamente desatualizado. Então, assume-se um compromisso
no momento da execução, do lançamento ou da promulgação da lei, mas, na prática,
as coisas não funcionam.
Poderíamos
falar de muitas outras coisas, mas, em tese, quero me associar à indignação da
população, pois é preciso ter mais respeito à opinião pública e, mais do que
isso, coerência com aquilo que falamos, seja na televisão, seja nos atos
públicos, ou até mesmo com os compromissos que assinamos. O que assinamos é
compromisso e é “fio de bigode gaúcho”, como muitos dizem. Assinamos, temos que
cumprir! Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mario Manfro): O Ver. João Antonio Dib está com a
palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Ver. Mario Manfro; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, meus
senhores e minhas senhoras, nós vamos falar no Prefeito Fogaça. O Prefeito
Fogaça chegou à Prefeitura de Porto Alegre e encontrou um deficit de 175 milhões de reais. Na
primeira semana, teve que pagar cinco milhões de dólares para o BID, valor que
deveria ter sido pago um ano antes. E teve toda dificuldade do mundo para poder
dar sequência a novos compromissos, para conseguir novos financiamentos, o que
só conseguiu depois de três anos, quando teve três superavits seguidos – superavits
primários, é verdade. E, do Orçamento Participativo, no primeiro ano, ele fez
mais de duzentas obras.
Eu não quero saber dessa história de falar dos
escândalos da Saúde, porque quem tem o passado do PT não tem que falar do
escândalo de ninguém! Olívio Dutra! Aquele contrato com a Fundatec que nunca
foi bem explicado: 350 mil dólares. São Paulo fez um muito maior: 42 mil
dólares. A balança estragou, e o Tarso Fernando mandou fazer uma auditoria
quando assumiu a Prefeitura, depois do Olívio. Os Auditores da Prefeitura
chegaram à conclusão de que o prejuízo da Prefeitura com a balança quebrada
durante um ano e meio - ela pesava catorze toneladas de lixo, mas, quando
quebrou, pesava dezessete; quando consertaram, voltou a catorze – foi de um
milhão de dólares. Como nós levantamos o problema aqui na Câmara, a empresa
disse, na página 03 do jornal Zero Hora: “Não pesei o lixo, não emiti o
empenho, não fiz o recibo, recebi o que me pagaram, não tenho que devolver para
ninguém!” Porque os funcionários, inocentes até, sugeriram que a Direção do
Departamento de Limpeza Urbana procurasse a empresa e pedisse de volta um
milhão de dólares.
Tem a história da encampação, quando tiraram todos
os servidores de alguma projeção da Secretaria Municipal dos Transportes -
estavam eles aqui nos corredores da Câmara -, tiraram todos. O Ministério do
Transporte disse que a melhor equipe de transporte do Brasil era a da
Secretaria Municipal de Transportes de Porto Alegre. Tiraram todos, chutaram
todos de lá. Encamparam a frota. O Fogaça pagou!
Aí compraram um incinerador de lixo com o dinheiro
dos hospitais e nunca instalaram! Foi assessorado pelo PT, o fabricante era do
PT, tudo do PT, e não instalaram. Mas o Fogaça pagou a encampação. Pagou! Todo
mundo pagou os erros deles! E dá para dizer muito mais.
O FMI veio fiscalizar o Lula, está nos jornais de
hoje. Nunca tinha ouvido falar nisso. E até desconfiando dos números que o Lula
apresenta por aí afora. Nunca tinha ouvido falar! Agora, a Dilma, quem é a
Dilma? Ex-Secretária da Fazenda do Município, ex-Diretora-Geral desta Câmara,
ex-Secretária de Minas e Energia do Estado, Ministra de Minas e Energia,
Ministra-Chefe da Casa Civil, Presidente do Conselho da Petrobras,
provavelmente servidora pública aposentada. E precisa de salário de seu Partido
para sobrevivência... Ela é empregada do Partido dos Trabalhadores! Não soube
cuidar da vida dela, porque ela diz que não tem dinheiro para sobreviver. Se
ganhou tudo isso ao longo do tempo e não tem dinheiro para sobreviver, vai
cuidar da minha vida? Vai cuidar da vida do Presidente, da vida do Ver.
Oliboni? Não, não vai cuidar da vida de ninguém, pois não sabe cuidar da sua
vida! Ninguém pode negar o prestígio que tem o Presidente Lula, ele tem. Eu não
sei, nunca vi a pesquisa, nunca fui pesquisado e não conheço ninguém que tenha
sido pesquisado. Ele tem prestigio, é popular. Agora, querer ser Presidente da
ONU, quer ser Presidente do Fundo Monetário Internacional! Vamos colocar as
coisas nos devidos lugares. Não vamos falar mal dos outros, vamos fazer o que é
bom da nossa parte. Fogaça foi um excelente Prefeito, deixou a Prefeitura em condições,
recebeu a Prefeitura em péssimas condições. Até os servidores que hoje aqui
estiveram... a Prefeitura deixou de pagar o IGP-M de dois em dois em dois
meses, e o Tribunal... (Som cortado automaticamente por limitação de tempo.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mario Manfro): O Ver. Dr. Thiago Duarte está com a palavra para
uma Comunicação de Líder.
O SR. DR.
THIAGO DUARTE: Sr. Presidente Mario Manfro, nosso colega da área
da Saúde, Srs. Vereadores, Sras Vereadores, venho hoje a esta tribuna
colocar algumas questões que julgo bastante importantes. A primeira é saudar o
Instituto Butantan pelo estudo e pela confecção da vacina da Gripe H1N1.
Certamente, essa gripe, que no ano passado
era considerada nova gripe e vitimou mais de dois mil brasileiros, este ano não
terá o mesmo impacto. E quero dizer que ficamos muito agradecidos e
entusiasmados quando vemos uma campanha de vacinação ter a dimensão que teve.
Eu não sei como foi no resto do País, mas, certamente, em Porto Alegre, foi
pela integração dos profissionais que teve a dimensão que teve. Agora, com a
vacina, a gente pula de patamar. No ano passado, nós vínhamos a esta tribuna,
fazíamos audiências públicas nesta Casa, íamos às escolas, íamos aos postos de
saúde conversar sobre as formas de prevenção. Este ano, além de falar sobre as
formas de prevenção, a gente tem essa grata surpresa de estar executando
ativamente a vacinação. Hoje, fizemos aqui em alguns colegas a vacina contra a
gripe. E levo à Mesa Diretora a ideia e a sugestão - este Vereador se coloca à
disposição, e, certamente, o Dr. Raul e o serviço médico da Casa vão se colocar
também - no sentido de que nós possamos vacinar todos os Vereadores e toda a
Casa, principalmente, com relação à gripe H1N1. Hoje acabamos vacinando um
grupo de Vereadores que nos solicitaram, e acho que isso deve ser estendido ao
restante da Casa.
A segunda coisa que eu venho falar aqui, Ver.
Bernardino Vendruscolo, e acho que eu vou abordar mais este aspecto no seu
pronunciamento, que eu sei que vai ser sobre isto, é com relação àquela
Comissão Especial que estamos criando, para avaliar as multas e os recursos da
EPTC - eu, o Ver. Bernardino Vendruscolo e o Ver. Elias Vidal. A repercussão na
Cidade tem sido muito grande, e quero desde já deixar à disposição - o Ver.
Bernardino certamente vai deixar o seu site
à disposição - o meu site e os meus e-mails, para que as pessoas possam dar
depoimentos. Nós já temos recebido depoimentos muito fortes, o que muito nos
preocupa com relação à condução dos trabalhos dos agentes de fiscalização de
trânsito.
E, por último, neste um minuto e quarenta que me
resta, eu quero expressar a minha preocupação com as movimentações ex-officio, sem anuência dos servidores
que estão ocorrendo na Secretaria Municipal da Saúde. Isso tem nos preocupado
muito. Servidores que participaram da gestão, como, por exemplo, um dentista do
Hospital Presidente Vargas, que foi Secretário Substituto da Saúde, tem-se a
ideia de ele ser removido. Lá na Região Extremo Sul, há movimentação de chefias,
de coordenações sem justificativa. Um dermatologista que chegou aqui e se
dispõe a perder os 110% lá da Bom Jesus, para trabalhar na sua área específica,
está pedindo exoneração do Município. Realmente, isso nos preocupa muito, e não
podemos deixar o Município de Porto Alegre, já carente de profissionais
médicos, com a ausência desses profissionais. Então, quero, neste momento, com
todo o cuidado que sempre tenho em meus pronunciamentos, expressar a minha
preocupação e pedir que o Secretário reflita sobre isso, porque realmente não
podemos prescindir da ação de profissionais médicos e de outras áreas, mas,
principalmente, de profissionais médicos. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mario Manfro): O Ver. Aldacir José Oliboni está com a palavra para
uma Comunicação de Líder, pela oposição.
O SR. ALDACIR
JOSÉ OLIBONI: Nobre Presidente, Ver. Mario Manfro; colegas Vereadores, colegas
Vereadoras, público que acompanha este momento da Sessão; Ver. João Antonio
Dib, possivelmente, o FMI - Fundo Monetário Internacional - veio ao Brasil para
aprender um pouco mais com o Governo Lula, porque, nos Governos anteriores, o
Brasil se colocou de joelhos perante ele. O Governo Lula deu uma demonstração
de administração e coerência, pagou a dívida externa e ainda ofereceu,
emprestou recursos para socorrer outros países. Portanto, talvez seja esse o
motivo de o FMI ter vindo ao Brasil, ou seja, para aprender um pouco mais.
Por outro lado, nobre Ver. João Antonio Dib, Líder
do atual Governo, nós ficamos preocupados quando V. Exª diz o seguinte: “O
Governo do PT deixou terra arrasada, nada em caixa.” Deixou 50 milhões de reais
e, na semana seguinte, o Governo Fogaça pagou 5 mil dólares, porque, segundo
ele, havia uma dívida. Pagou de onde, se foi na semana seguinte? Alguma coisa
havia em caixa! Portanto, não é verdade: o nosso Governo deixou recurso em
caixa, sim!
O Governo Fogaça diz a cada ano, a cada gestão, que
está com superavit. Mas e os
serviços? A Cidade está abandonada! Se pegarmos uma das Secretarias, o DMLU,
por exemplo, onde está a limpeza das praças? Só aconteceu agora, recentemente,
depois de muita briga.
Ver. Bernardino, V. Exª tem denunciado que muitos
dos seus projetos não são cumpridos, como é o caso das caçambas, não se tomam
providências. Isto é, se aprova uma lei, mas a EPTC quer ficar distante disso.
Eu creio que agora, pelo que eu percebi ultimamente, está tomando providências.
Então, é preciso ter uma certa coerência, Ver. João
Antonio Dib. Vossa Excelência diz que o Governo Lula reduziu os recursos para a
Saúde. Eu vou lhe dar dados. Ministério da Saúde: em 2004, o Governo Federal
mandou para Porto Alegre 345,8 milhões de reais; em 2005, já aumentou, 348,3
milhões; em 2006, 349,1 milhões; em 2007, 378,5 milhões; em 2008, 389,3
milhões; em 2009, 435,6 milhões de reais. De cada dez reais investidos em Porto
Alegre, seis reais são federais. Então, o Governo Federal está investindo, sim!
O que está faltando é que o Governo Municipal implemente uma política não só de
prevenção, mas, também, para resolver a demanda existente nas Unidades de
Saúde, no Programa Saúde da Família e, também, nos prestadores que fazem
parcerias com o Poder Público. Eles só não aumentam as internações e exames, os
procedimentos, porque o Poder Público não compra. E também não faz em casa,
através do HPS ou HPV, entidades públicas. As parcerias que hoje existem no
mercado seriam interessantes, no momento em que nós temos demandas, mas não
temos quem as atenda. Os prestadores dizem claramente para a opinião pública,
em todas as reuniões que são feitas, que eles têm serviços a oferecer. E o
Poder Público não compra. Nós vamos a uma emergência e vemos que o cidadão
demora de quatro a oito horas para ser atendido. Os senhores sabem por quê?
Porque o gestor compra, por exemplo, duas mil consultas de um determinado
hospital, que tem uma emergência, e aquele hospital programa atender às duas
mil consultas. Mas, se atender mais, o gestor não paga. Ah, mas é uma
incoerência, tem que pagar todas! Porque esse prestador está ali fazendo uma
das melhores coisas que podem existir, está suprindo uma deficiência do Poder
Público.
Por essa razão, é de extrema importância que haja
coerência, sem contar, por exemplo, que o Governo Fogaça não só duplicou o
número de CCs, como também duplicou o número de estagiários e não fez concurso
público. Essa é a grande verdade! Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mario Manfro): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para uma
Comunicação de Líder, pelo Governo.
O SR. JOÃO
ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, meus
senhores, minhas senhoras, meu caro Ver. Aldacir Oliboni, vou ler matéria do
Correio do Povo de hoje. (Lê.): “FMI vem conferir situação do Brasil - o
Diretor-Gerente do Fundo Monetário Internacional, Dominique Strauss-Kahn, chega
ao Brasil amanhã, participa de um seminário em São Paulo. Antes da viagem, ele
afirmou em Washington que a instituição está preocupada com o superaquecimento
da economia brasileira.” Não fui eu que disse que ele vem, está aqui, ele vem,
vai falar com o Lula, vai falar com o Mantega.
Vamos à Saúde. O nosso querido Secretário Pedro Gus
merece toda homenagem do mundo, porque encontrou mais de quatro mil cirurgias
represadas e, num mutirão de saúde, essas cirurgias foram realizadas.
Vamos falar de recursos para a Saúde. Os números
que V. Exª demonstrou ali são enganosos, não são os números que entraram na
Secretaria da Fazenda, na Prefeitura de Porto Alegre. Não são! Eu já mostrei
aqui e não vou mostrar novamente que, em 2007, entraram trezentos e sete
milhões de reais na Prefeitura. Não interessa o que entrou no Hospital de
Clínicas, não interessa o que entrou lá no Grupo Hospitalar Conceição, que, no
final do ano de 2004, numa tramoia realizada, recebeu mais de cinquenta por
cento da maior parcela. Em 2007, e tão somente em 2007, os trezentos e sete
milhões foram superados, mas, se eu aplicar a correção monetária, mesmo no ano
passado, 2009, ainda fica devendo 25 milhões de reais, só com a correção monetária.
Então, não seria por nada que os cinco mil e
quinhentos prefeitos brasileiros foram reclamar da Emenda Constitucional nº 29,
que o Presidente da República não deixa regulamentar, porque teria que mandar
recursos para a Saúde.
O Partido dos Trabalhadores, no dia 30 de setembro
de 2004 - eu acompanho a execução orçamentária, por isso eu posso dizer quanto
entrou na Saúde em Porto Alegre -, tinha, em CDBs, mais de cem milhões de
reais; no dia 30 de dezembro, tinha deficit
de cento e setenta e cinco milhões de reais. Dizer que deixou em caixa, não,
era o dinheiro antecipado do IPTU pago com o desconto de 20%, era dinheiro do
ano seguinte, não era dinheiro da administração petista. Não venham eles me
contar essas coisas, porque eu me distraio fazendo o acompanhamento da execução
orçamentária. E, como eu disse, não são gênios de coisa nenhuma, até porque
eles sabem muito bem movimentar dinheiro. Eu vou voltar a contar: quando
começou o dinheiro do SUS a entrar em Porto Alegre, a administração petista,
como sabia colocar em CDBs, colocou o dinheiro do SUS em CDBs. E o Secretário
Eliseu Santos, então Vereador Eliseu Santos, o Ver. Jair Soares e o Ver. João
Dib ficaram sabendo que os hospitais não estavam recebendo, e foram saber onde
estava o dinheiro. Num telefonema do Jair Soares, que era o mais forte dos três
Vereadores, sem dúvida nenhuma, o mais bem relacionado em Brasília, disseram
que o dinheiro já havia sido mandado há muito tempo. Aí nós ficamos sabendo que
os hospitais não recebiam, mas cresciam os cruzeiros – naquele tempo ainda eram
cruzeiros – nas contas da Prefeitura, nos CDBs feitos com dinheiro que não era
dela, era do SUS, era dos hospitais!
E essa história desses números que o Ver. Oliboni
ali colocou não é verdadeira! Eu já trouxe aqui, inclusive, dados da Secretaria
Municipal da Fazenda, esqueci os meus! E, casualmente, conferiam, porque eu
faço o acompanhamento da execução orçamentária. E não vou me enganar, porque
árabe sabe muito de números, e toda a minha ascendência é árabe. E os números foram
os libaneses, os fenícios que trouxeram, Ver. Oliboni. Então, vamos procurar
outros números, porque esses aí não são bons. Saúde e PAZ!
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mario Manfro): O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
O SR.
BERNARDINO VENDRUSCOLO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras
Vereadoras, agradeço à minha Bancada a concessão deste tempo no qual trago dois
ou três assuntos, mas um deles em especial, fazendo uma provocação aos nossos
Deputados Federais. Eu, ao menos, não tenho visto, ou muito pouco se tem ouvido
falar de bandeiras dos Parlamentares que, com certeza, poderiam dar um destaque
político a eles e, sem sombra de dúvida, atender a um problema social. E eu vou
falar sobre uma hoje.
Semana passada, ouvimos nas rádios, saiu em um
jornal aqui do Estado notícia sobre um mutuário do Sistema Financeiro que
comprou um imóvel e, ao final de vinte ou trinta anos de financiamento, ainda
restava saldo devedor. Pois bem, o saldo devedor, até um tempo atrás, quando
tínhamos inflação, era quitado pelo Fundo de Variação da Compensação Salarial,
alguma coisa assim. (Pausa.) O Ver. Pujol me ajuda: Fundo de Compensação de
Variações Salariais. Essa sigla, ou essa entidade, ou esse fundo propriamente
dito se prestava a quitar o saldo devedor no final da contratação. Isso quer
dizer que, no final do financiamento, se tinha lá três, quatro, cinco vezes o
valor financiado, não importava para quem comprava, pois se tinha a garantia da
compensação através desse fundo. E foi daí, Ver. Reginaldo Pujol, que surgiram,
no Brasil, os contratos particulares, os chamados “contratos de gaveta”, porque
as pessoas não tinham nenhum incentivo para comprar aquele imóvel e,
imediatamente, ir ao agente financeiro para fazer a quitação ou a
transferência, pois teriam, na transferência, o custo do refinanciamento. Daí
surgiram os contratos particulares.
Pois bem, findo esse sistema, surgiram outros
sistemas de financiamento, mas nós ainda estamos vendo pessoas que, no final da
contratação, estão enfrentando o saldo devedor. Imaginem uma empresa particular
prestar serviço e aplicar esse golpe, esse é o legítimo golpe! Meu Deus do céu!
No entanto, aos agentes financeiros nada acontece. E é por isso que eu faço
aqui uma provocação aos Deputados Federais, para que levantem essa bandeira,
para que resolvam isso lá em Brasília, através de uma lei federal. Porque
permitir essa prática, sinceramente, Vereadores! Volto a dizer: o que é que
acontece na prática, hoje, em muitos casos? A pessoa financia um imóvel por
vinte anos, trinta anos e, no final desse contrato, resta um saldo devedor que
só tem dois caminhos: ou é refinanciado ou é quitado. Não são todos os
contratos evidentemente. Mas ainda há contratos com essa prática, tanto é que
hoje recebi de uma senhora que não me autoriza a dar o seu nome, as pessoas
ficam receosas, porque têm demanda na Justiça, mas ainda estamos vendo essa
prática que é a falta do FCVS - Fundo de Compensação de Variações Salariais.
(Mostra documento.) Era um órgão do antigo BNH, que, depois, passou a ser da
Caixa Econômica Federal, um fundo que compensava essas prestações. Fica a
provocação aos Deputados Federais. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mario Manfro): O Ver. Bernardino Vendruscolo usou o tempo de
Liderança do PMDB. Eu o convido a voltar à tribuna para agora se manifestar no
período de Comunicações.
(Manifestação fora do microfone. Inaudível.)
O SR.
PRESIDENTE (Mario Manfro): O Ver. Bernardino Vendruscolo informa que o Ver.
Beto Moesch lhe cedeu seu tempo em Comunicações. Então, o Vereador utilizará
dez minutos na tribuna, em Comunicações.
O SR.
BERNARDINO VENDRUSCOLO: Sr. Presidente, Ver. Mario Manfro; eu quero
aproveitar para trazer outros assuntos. Quero
mostrar aqui esta fotografia. (Mostra fotografia.) Esta fotografia foi tirada
em 2006, na rua Marechal Floriano, nº 300. Lá, em 2006, Ver. Reginaldo Pujol,
nós já estávamos levantando esse problema. Este prédio sofreu um incêndio na
parte de trás – seria possível mostrar a foto, para que se possa notar que o
prédio está amarrado para não cair? Olhem, tem um cabo de aço segurando para
que a parede não caia para frente - essas fotos são de 2006. E aqui não está
falando um Vereador de oposição, sou Vereador de situação e não estou falando
contra este ou aquele Governo. No passado, entreguei um documento,
pessoalmente, ao Prefeito Fogaça, dizendo da necessidade que se tem aqui em
Porto Alegre de fazer um trabalho em conjunto com o Corpo de Bombeiros,
Ministério Público, SMOV, enfim, com todos os órgãos. Em 2007, depois de
setembro, levamos documentos à Fazenda, à SMOV, ao então Secretário Clóvis
Magalhães, quando denunciamos os riscos desse prédio - entre outros prédios,
não é só esse - cair e causar um acidente. (Mostra documentos.) Levamos,
também, ao Secretário da Saúde, ao Corpo de Bombeiros, em 6 de setembro de
2007, enfim, levamos a várias entidades públicas, ao Secretário da SMOV, para
que observassem a situação, porque, depois que os acidentes acontecem, aí é
complicado. Então, a prevenção acima de tudo, tanto com relação à segurança,
como à saúde: a prevenção sai mais em conta, é mais barata. Por isso nos
preocupamos desde aquela oportunidade, documentamos isso tudo e ainda não
conseguimos ver esse assunto resolvido.
Em uma oportunidade,
acabamos recebendo familiares que são coproprietários, em razão de que há uma
demanda judicial, pedindo para que nós observássemos ou buscássemos uma maneira
de resolver isso, inclusive com o próprio Ministério Público, com o Judiciário,
porque a pendência está lá. Agora, o que a população tem a ver com essa
pendência? Só no sentido do risco a que está sujeita. E é por isso que nós
estamos voltando aqui, porque na semana passada nós fizemos um trabalho
externo, saíram vários Vereadores, e ainda constatamos vários imóveis nas
mesmas condições das constatadas em 2007, quando nós apresentamos
documentalmente – inclusive com fotografias – as condições.
O Sr.
Reginaldo Pujol: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do
orador.) Ver. Bernardino, ao mesmo tempo em que eu o cumprimento por seu sólido
pronunciamento, eu quero lhe dizer que eu lamento informá-lo que esse assunto
vem de muito antes de 2007. E que essa situação que V. Exª narra, com muita
propriedade, com conhecimento de causa, da existência dessa demanda judicial,
parece que aí reside o nó górdio a complicar por inteiro a situação. Não se
sabe de quem exigir providências. Mas me parece que é um caso típico de
situação de emergência. Há o risco para a população, não só para os vizinhos desse
imóvel, mas para todos aqueles que transitam pela rua Marechal Floriano, uma
rua de grande movimentação, de que o prédio desabe a qualquer momento. Além de
ele ser um câncer dentro da Cidade, um imóvel naquelas condições, num lugar
muito especial, não há mais condições de restaurar aquele imóvel, ele está
condenado por inteiro. Então, ele tem que ser demolido para dar oportunidade
para um novo imóvel.
Eu acho que a Procuradoria do Município tinha que
ser chamada para fazer um estudo aprofundado, não sei até se não é o caso de
declaração de emergência ou de situação excepcional, há poderes legais do
Município para até mesmo declarar de interesse público por risco à segurança.
Cumprimento V. Exª e fico muito feliz de estar
neste final de Sessão ouvindo V. Exª, porque V. Exª é um dos mais dinâmicos
Vereadores desta Casa, altamente ocupado com as boas causas e, obviamente, eu
me sinto muito orgulhoso de ser seu amigo e solidário com essas boas causas que
V. Exª, com tanto vigor, defende.
O SR.
BERNARDINO VENDRUSCOLO: Obrigado, Ver. Reginaldo Pujol, V. Exª só
enriquece o nosso discurso. Mas parece que falta boa vontade aos órgãos
competentes, porque há situações e situações, mas esta, em especial, a bem da
segurança pública, a bem da saúde pública, eu acho que os órgãos judiciários, o
Ministério Público e o Executivo deveriam sentar, acertar um procedimento e
resolver essa situação.
Quero dizer também que encaminhei a esta Casa o
pedido para uma audiência pública, Vereadores, Vereadoras, em que nós vamos
tratar, se aprovada por esta Casa a realização da audiência pública, dos
monumentos em Porto Alegre. E aqui quero mostrar um monumento novamente.
(Mostra foto.) Nesse final de semana, eu não pude fotografá-lo, estava sem a
máquina. Havia várias pessoas lá, nessa obra de arte, pela qual as pessoas, os
artistas têm me criticado tanto. Mas eles procuram olhar pelo lado de que eu
estaria criticando a obra em si. Eu critico é o fato de um monumento com esse
peso, com essa estrutura, estar ali, à mercê daqueles que visitam o Gasômetro,
que passeiam em cima desse mirante ou dessa ponte sem fim, ou como queiram. Eu
respeito os artistas, não há dúvida nisso. Agora, não dá mais para concordarmos
com esse tipo de obra de arte em Porto Alegre!
Eu não vou nem mostrar este, pois tem que se fazer
um esforço para entender. Eu não tenho capacidade, não tenho tamanha
compreensão, faltam-me neurônios para imaginar o que o artista quis representar
com este caixão, eu tenho dificuldade. (Mostra fotografia.) Claro, por isso não
posso criticar, é o meu alcance que não chega a tanto!
Alguém pode dizer: “Mas o Ver. Bernardino vem de
novo com aquela foto!” Claro, este aqui é um problema pessoal meu, que eu
assumo, que eu ainda vou ter que resolver. (Mostra fotografia.) Este eu ainda
não consegui resolver comigo, que é a homenagem às nossas cuias. Este é um
problema pessoal meu, claro, eu tenho dificuldade, aqui eu tenho dificuldade
mesmo!
Agora, Ver. Dr. Thiago, aqui nós estamos sugerindo
à EPTC, isso já é antigo, isso aqui é lá na Av. Farrapos. (Mostra fotografia.)
Olhem só, é a mesma fotografia. O que é que custa sinalizarem melhor aquela
ponta de asfalto, numa curva ali na Av. Farrapos, são os corredores de ônibus?
A nossa sugestão é que, nesta parte aqui, coloquem essa sinalização. O que é
que custa isso? Então, está assim hoje. É assim que está. (Mostra fotografia.)
Nós queremos que fique assim. (Mostra fotografia.) Será que é tão difícil? Nós
esperamos que agora, com o novo Secretário Romano Botin, que está com tanta
vontade e está trabalhando, a gente possa progredir um pouco mais.
E, por falar em progredir um pouco mais, nós, com
certeza, tanto eu como o Ver. Dr. Thiago Duarte e o Ver. Elias Vidal, vamos
contribuir com a EPTC na criação, se for possível, pelos senhores e pelas senhoras,
desta Comissão Especial que vai tratar dos processos de multas, daqueles
processos em que as pessoas entram com recurso e não têm solução na sua grande
maioria. Nós queremos entender, Ver. Dr. Thiago, como é que funciona isso na
prática. Com certeza, estaremos colaborando com o nosso Secretário. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mario Manfro): Encerrado o período de Comunicações.
Passamos à
PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR
(05 oradores/05 minutos/com aparte)
1ª SESSÃO
PROC.
Nº 0898/10 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 037/10, de autoria da
Verª Maria Celeste, que estabelece a distribuição gratuita de preservativos
femininos e dá outras providências.
PROC.
Nº 1498/10 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 070/10, de autoria do
Ver. Dr. Raul, que institui o Centro Municipal de Políticas Públicas para o
Idoso e dá outras providências.
PROC.
Nº 1572/10 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 013/10, de autoria do Ver. Dr. Thiago
Duarte, que altera o § 1º do art. 101 da Resolução nº 1.178, de 16 de julho de
1992 – Regimento da Câmara Municipal de Porto Alegre –, e alterações
posteriores, alterando o termo inicial da tramitação legislativa, e dá outras
providências.
2ª SESSÃO
PROC.
Nº 1876/10 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 013/10, que inclui art.
1º-A na Lei nº 10.805, de 30 de dezembro de 2009, que prorroga a vigência da
admissão temporária de excepcional interesse público de agentes comunitários de
saúde, consoante preceituam o inc. IX do art. 37 da Constituição Federal e o
inc. II do art. 17 da Lei Orgânica do Município, e dá outras providências.
O SR.
PRESIDENTE (Mario Manfro): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para
discutir a Pauta.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, a Pauta tem hoje, em
1ª Sessão de discussão, três Projetos. O primeiro deles é o PLL nº 037/10, de autoria da Verª Maria Celeste, que
estabelece a distribuição gratuita de preservativos femininos e dá outras
providências. O segundo é o PLL nº 070/10, de autoria do Ver. Dr. Raul, que institui o
Centro Municipal de Políticas Públicas para o Idoso e dá outras providências. O
terceiro, o PR nº 013/10, de autoria do Ver. Dr. Thiago Duarte, altera
o § 1º do art. 101 da Resolução nº 1.178, de 16 de julho de 1992 – Regimento da
Câmara Municipal de Porto Alegre –, e alterações posteriores, alterando o termo
inicial da tramitação legislativa, e dá outras providências.
Eu sei que o Ver. Dr. Thiago virá à tribuna ainda nesta nossa Sessão e
irá explicar com detalhes o que ele busca alcançar com essa alteração do Regimento.
Eu acho que ele até tem razão no que está propondo, no que ele busca alcançar.
Mas eu me valho dessa circunstância, Ver. Dr. Thiago, para aprofundar outro
tipo de discussão que se vincula a essa matéria. Eu acho que nós ficamos com o
hábito de, a todo momento, alterar o nosso Regimento. Hoje mesmo tramitou por
aqui, já está em processo de votação, uma alteração que já há sessenta dias vem
transitando aqui na Casa. Eu tenho sustentado no Colégio de Líderes que há
várias situações que nós alteramos no Regimento que poderíamos muito bem
resolver com outras ferramentas e com outro instrumento legal, como resolução
administrativa, resolução de Mesa, ordem de serviço e até mesmo instrução
normativa, ou resolução interpretativa, para não mexer no Regimento da Casa a
todo momento. Eu estou aqui desde o ano passado e já vi votar umas cinco vezes
alterações no Regimento da Casa. Vira uma Torre de Babel! Hoje, se pegarmos o
Regimento, há mais citações de alterações ocorridas nos últimos tempos do que,
propriamente, cláusulas que estejam colocadas há mais tempo. É possível até que
eu esteja exagerando, mas não é muito distante disso, Ver. Bernardino, V. Exª
que nos encantou na tribuna com essa manifestação tão positiva como fez
anteriormente.
Agora, no caso concreto, o caso da proposta do Ver.
Thiago, ele explicará uma situação que não é incomum nesta Casa: dois projetos
com o mesmo teor, ingressando no mesmo dia, no mesmo protocolo, onde se
estabelece o marco inicial dessa proposição? Onde, Ver. Bernardino? Vossa
Excelência, que é o 1º Secretário da Casa, e que, neste um minuto que me resta,
vai me explicar.
O Sr.
Bernardino Vendruscolo: Com certeza, absolutamente com certeza, quero lhe
dizer que eu, como Secretário, me surpreendi pelas vezes que eu tive que
assinar um Projeto, com todo respeito, mas a maioria das assinaturas são
inócuas, sem necessidade. Vale, sim, abrir o caminho, vamos dizer assim.
Obrigado.
O SR.
REGINALDO PUJOL: Agradeço a Vossa Excelência. Infelizmente o meu
tempo está concluindo, mas prevalece a minha colocação básica de que há várias
situações que nós podemos contornar com eficiência e com eficácia, sem
necessidade de mexer no Regimento da Casa mais uma vez.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mario Manfro): O Ver. Dr. Thiago Duarte está com a palavra para
discutir a Pauta.
O SR. DR.
THIAGO DUARTE: Ilustre Presidente, Ver. Mario Manfro; volto a esta
tribuna no dia de hoje aceitando a provocação positiva do nosso ilustre Ver.
Pujol, com quem temos aprendido muito neste primeiro ano, debutando aqui nesta
Casa, para discutir o Projeto de nossa autoria que tem como objetivo fazer esse
pequeno reparo no Regimento da Câmara de Vereadores. Eu tenho uma visão um
pouco diferente - claro que sempre respeitosa - da visão do Ver. Pujol. Acho
que sempre que a gente enfrenta o caso concreto, a gente observa a necessidade
que se tem de modificação da nossa conduta, e eu acho que não é demérito nenhum
para a Casa. Este Projeto tem uma questão tecnológica que a Casa precisa acompanhar,
a fim de que possa superar algumas dificuldades que, no decorrer deste ano,
estão sendo observadas no desenvolvimento do processo legislativo, e o Ver.
Bernardino sabe bem do que nós estamos falando. Certamente nas próximas Sessões
plenárias, o público de casa, os outros Vereadores vão entender o porquê do
enfrentamento desse problema. Então, qual é o objetivo, desse nosso Projeto,
dessa nossa singela reparação no Regimento da Casa? O Projeto altera o art. 101
do Estatuto da Câmara de Vereadores, que diz (Lê.): “As proposições serão organizadas em forma de processo, numeradas por
ordem de entrada e encaminhadas à Mesa para serem apregoadas, sendo considerado
como termo inicial da tramitação legislativa a data em que a proposição for
apregoada pela Presidência da Casa.” O nosso Projeto visa a retirar a dúvida
colocada. Então, qual é a data do início do processo legislativo, que é aquela
que serve para determinar a autoria do Projeto, para determinar o direito
autoral de quem fez o Projeto, para determinar qual o Vereador que vai ser
titular daquela matéria, daquele conceito? Hoje, na Casa, é a data do
apregoamento, ou seja, os dois Vereadores podem protocolar em dias diferentes,
mas, por erros eventuais, por situações eventuais, aquele que tiver seu processo
apregoado – não protocolado! – pela Mesa Diretora da Casa antes terá seu
Projeto válido. E, se os dois Projetos forem sobre a mesma matéria, o outro vai
sucumbir. Essa é a primeira situação, acaba com esse problema: protocolar o
Projeto será a questão inicial do trâmite do processo legislativo. Então, este
Projeto clareia essa situação, diferentemente do que está hoje posto. Hoje, é a
data do apregoamento.
E a segunda questão, muito
importante, principalmente em função da tecnologia de que dispomos hoje, é que
esta Casa, que é tão à frente do seu tempo em muitas questões tecnológicas, em
visão, tenha protocolo eletrônico. Nada contra a turma do Setor de Protocolo,
eles são muito hábeis na sua função, mas esta Casa não pode continuar tendo
processos colocados em montes, com números dos Projetos digitados no computador
à medida que chegam e, depois, a data colocada à caneta em cima do protocolo,
não pode isso. Hoje, se um de nós for a qualquer foro do Estado ou no
próprio Foro Central de Porto Alegre, nós veremos o protocolo eletrônico, que é
o outro mote deste Projeto.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mario Manfro): O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra
para discutir a Pauta.
O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Ver. Mario
Manfro, presidindo os trabalhos, eu venho a esta tribuna para defender o
Projeto do colega Ver. Dr. Thiago Duarte. Eu o acho extremamente importante,
até porque, há poucos dias, passei por uma situação que comprova a necessidade
do seu Projeto. Aqui nesta Casa, dois Vereadores protocolaram dois Projetos com
praticamente o mesmo assunto, porém aquele que protocolou antecipadamente teve
o apregoamento posterior. O apregoamento me faz lembrar do boletim no quartel,
porém, todos os dias, nós fazemos aqui o apregoamento; no quartel, nós ouvíamos
os boletins, Ver. Toni Proença, não sei se V. Exª serviu, mas funcionava assim,
e aqui também é parecido. Dessa forma, o seu Projeto é importante, porque
define claramente, porque nem sempre aquele Projeto que é protocolado anteriormente
prossegue a sua tramitação. Muitas vezes, pode ser encaminhado de volta por
falta de algum documento, enfim, e fica parado. Nesse sentido, acaba tendo
problema, como nós tivemos com o Projeto, inclusive, de sua autoria, e com o
Projeto de outro Vereador. Nessa mesma linha, nós vamos, na semana que vem,
protocolar um outro Projeto aqui que trata de colocar na Internet a votação dos
Vereadores. Tudo é possível se consultar no site
da Câmara de Vereadores, desde as despesas dos gabinetes, mas a votação dos
Vereadores não! No entanto, esta Casa é pioneira no Brasil em não usar o voto
secreto. Pois, se nós não usamos o voto secreto, não tem por que nós também não
proporcionarmos essa demonstração àqueles que se interessarem.
Mas o seu Projeto, Ver. Dr. Thiago
Duarte, é importante e necessário para dirimir dúvidas. Então, por isso nós
vamos trabalhar no sentido de ver esse Projeto aprovado. Tenho certeza de que o
Ver. Reginaldo Pujol, vendo o fato concreto ocorrido nesta Casa, vai concordar.
Eu estava falando, Ver. Reginaldo Pujol - e caiu para eu relatar -, sobre uma
situação em que dois Vereadores protocolaram Projetos sobre o mesmo assunto,
sendo que o Vereador que protocolou posteriormente teve o seu Projeto apregoado
primeiro. Isso gerou um impasse, e o Ver. Dr. Thiago Duarte, oportunamente,
traz uma forma mais clara de se fazer essa leitura, no dia a dia, aqui nesta
Casa.
O
Sr. Reginaldo Pujol: V. Exª
permite um aparte? (Assentimento do orador.) Vereador, eu não desconheço essa
situação, inclusive, o Ver. Thiago havia me falado sobre ela, mas eu não quis
citá-la para não “fulanizar” o assunto. Em princípio, a regra clara é a melhor
solução que há, a ausência de regra é a pior e a regra confusa também é muito
ruim. A regra clara é a melhor! Acho que o Ver. Thiago clareia por inteiro a
situação. Por isso concordo com Vossa Excelência.
O
SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO:
Obrigado. Obrigado, Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Mario Manfro): O Ver.
Toni Proença está com a palavra para discutir a Pauta.
O
SR. TONI PROENÇA: Sr. Presidente, Ver. Mario Manfro;
Srs. Vereadores que ainda estão presentes no plenário, senhoras e senhores;
ocupo esta tribuna com o intuito de tranquilizar os Agentes Comunitários de
Saúde, já que entrou em Pauta, em discussão preliminar, o Projeto de Lei do
Executivo que inclui o art. 1º- A à Lei nº 10.805, de 30 de dezembro de 2009. Essa é a
lei em que se votou o Departamento do Programa de Saúde da Família, no final do
ano passado, uma lei que gerou muito debate e que teve parte do seu texto,
principalmente as Emendas propostas por esta Casa, vetadas pelo Sr. Prefeito
Municipal. E, quando agora tratamos desse Projeto de Lei do Executivo, eu subo
à tribuna só para tranquilizar e faço isso com a melhor das intenções. Quero
tranquilizar os Agentes Comunitários de Saúde, porque esse Projeto se refere
somente a um lapso que houve no Projeto anterior, de dezembro de 2009, que teve
parte do seu texto vetado. Esse lapso gerou a falta de anuência desta Casa para
a contratação emergencial retroativa a 1º de janeiro deste ano - portanto, o
Projeto, se aprovado, retroage a 1º de janeiro de 2010 - de duzentos Agentes
Comunitários de Saúde, que já compõem o quadro do Programa Saúde da Família de
Porto Alegre.
Portanto, venho a esta tribuna somente para
tranquilizar a todos, pois não está tramitando um novo Projeto. Existe um Grupo
de Trabalho que ficou acertado entre as lideranças da Câmara de Vereadores, do
Executivo Municipal, do Conselho Municipal de Saúde, do Sindisaúde, do Sindicato dos Agentes Comunitários
de Saúde e também do Simers que está tratando de um novo projeto de lei que
possa, definitivamente, resolver o problema da contratação dos profissionais
que trabalham no Programa Saúde da Família. Todos nós conhecemos as dificuldades
que têm tido o Executivo e a Cidade, e não só Porto Alegre, como todas as
cidades do Rio Grande do Sul e do Brasil, para encontrar uma solução que atenda
aos interesses dos trabalhadores em saúde, tanto médicos como enfermeiros,
técnicos em enfermagem e Agentes Comunitários de Saúde, porque sempre essa
contratação tem sido feita em caráter precário, e é preciso que a gente
encontre uma solução. O Prefeito Fortunati se sensibilizou com a proposta dos
Vereadores desta Câmara e criou esse Grupo de Trabalho que inclui, inclusive, o
Ministério Público na primeira discussão. Nos temos um prazo - que hoje já deve
estar por volta de quarenta e cinco dias, mas, na época da primeira reunião,
era de sessenta dias – para que a gente tente construir uma solução que atenda
aos interesses da Cidade, da população e dos profissionais de saúde.
Assim, venho aqui para tranquilizar os Agentes
Comunitários de Saúde, principalmente, dizendo que estamos tratando tão somente
da legalização da contratação que já foi feita, para que eles tenham, em
caráter excepcional, a sua contratação regularizada em 2010. Obrigado, Sr.
Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Mario Manfro): Não havendo mais oradores inscritos, estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se a
Sessão às 18h22min.)
* * * * *